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Cada mês do ano é marcado por uma ou mais campanhas de conscientização sobre alguma condição médica. Isso é necessário, uma vez que o desconhecimento ou os preconceitos que rondam determinada doença acabam por estigmatizar o paciente, fazendo-o negligenciar a ajuda especializada. A Dot.Lib acredita que a propagação de informações científicas relevantes sobre o tema não só desmistifica essas doenças, como também incentiva a prática médica mais humanizada e eficaz, bem como os pacientes a aderir corretamente ao tratamento.

Nesse sentido, em artigos anteriores, já abordamos diversas campanhas, entre as quais destacam-se: Fevereiro Roxo e Laranja, mês de prevenção ao lúpus, Alzheimer, fibromialgia e leucemia; Março Amarelo, sobre a endometriose; Maio Roxo, sobre as doenças inflamatórias intestinais; Outubro Rosa, sobre o câncer de mama e o Novembro Azul, sobre o câncer de próstata.  

Seguindo com o mesmo objetivo, este artigo é dedicado à campanha Julho Verde, que visa informar a sociedade sobre uma doença cada vez mais prevalente no Brasil e ainda subestimada: o câncer de cabeça e pescoço. A seguir, conheça um pouco da história da campanha Julho Verde, entenda a sua importância e fique por dentro dos tipos de cânceres que podem afetar estas importantes partes do corpo.

História

Imagem: iStock.

A campanha Julho Verde foi criada pela Associação Brasileira de Câncer de Cabeça e Pescoço (ACBG Brasil) com o objetivo de aumentar a conscientização sobre o câncer de cabeça e pescoço, promovendo a prevenção, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado desses tipos de câncer.

A ideia da campanha surgiu da necessidade de abordar um tema ainda pouco discutido e conscientizar a população sobre os riscos e a importância da detecção precoce. A ACBG Brasil, junto com outras entidades e profissionais de Saúde, decidiu dedicar o mês de julho para essas ações, aproveitando o Dia Mundial de Conscientização e Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço, celebrado em 27 de julho.

Desde sua criação, a campanha tem crescido e ganhado adesão em todo o país, com diversas atividades sendo realizadas em parceria com hospitais, universidades, organizações não-governamentais e o setor público. As atividades incluem palestras, mutirões de exames, campanhas informativas em mídias sociais e outras ações que visam educar e mobilizar a população para a importância da prevenção e do cuidado com a saúde da cabeça e pescoço.

Tipos de câncer

Se somados todos os tipos, o câncer de cabeça e pescoço ocupa o 4º lugar no ranking nacional de cânceres mais incidentes, segundo a ACBG Brasil. A campanha Julho Verde promove a conscientização e prevenção dos seguintes tipos:

1. Câncer de boca

Ilustração de tumor na língua, uma das áreas que podem ser afetadas pelo câncer de boca (imagem: iStock).

- Localização: lábios, gengivas, língua, assoalho da boca, palato duro e palato mole.

- Sintomas: úlceras que não cicatrizam, manchas brancas ou vermelhas, nódulos ou espessamentos, dor persistente, dificuldade para mastigar ou engolir.

- Fatores de risco: tabagismo, consumo excessivo de álcool, exposição prolongada ao sol (lábios), má higiene bucal, HPV.

2. Câncer de glândulas salivares

Ilustração das glândulas salivares afetadas por câncer (imagem: iStock).

- Localização: glândulas salivares maiores (parótida, submandibular, sublingual) e menores (espalhadas pela boca e garganta).

- Sintomas: inchaço ou nódulo na região das glândulas salivares, dor, dormência ou fraqueza facial, dificuldade para engolir.

- Fatores de risco: exposição à radiação, certas infecções virais (como HIV), histórico familiar de câncer.

3. Câncer de faringe

Ilustração de células cancerígenas na faringe (imagem: iStock).

- Localização: o câncer faríngeo pode se estender até a:

      Orofaringe (parte média, atrás da boca, inclui amígdalas e base da língua)

      Nasofaringe (parte superior, atrás do nariz)

      Hipofaringe (parte inferior, atrás da laringe)

- Sintomas: dor de garganta persistente, dificuldade para engolir, nódulos no pescoço, perda de peso, obstrução nasal ou sangramento.

- Fatores de risco: tabagismo, álcool, HPV, exposição a produtos químicos, histórico familiar de câncer.

4. Câncer de orofaringe

Ilustração de câncer na orofaringe e nasofaringe, respectivamente (imagem: iStock).

- Localização: parte média da faringe, inclui a base da língua, amígdalas e palato mole.

- Sintomas: dor de garganta persistente, dificuldade para engolir, dor ao engolir, rouquidão, nódulos no pescoço.

- Fatores de risco: tabagismo, álcool, HPV, má higiene bucal.

5. Câncer de nasofaringe

- Localização: parte superior da faringe, atrás do nariz.

- Sintomas: obstrução nasal, sangramento nasal, nódulos no pescoço, perda auditiva, dor de ouvido.

- Fatores de risco: infecção pelo vírus Epstein-Barr, tabagismo, consumo de alimentos preservados com sal, histórico familiar.

6. Câncer de cavidade nasal e seios paranasais

Ilustração de câncer na cavidade nasal (imagem: iStock).

- Localização: espaços ao redor do nariz dentro dos ossos do crânio.

- Sintomas: obstrução nasal persistente, sangramento nasal, dor facial, inchaço nos olhos, visão dupla ou diminuída.

- Fatores de risco: exposição a poeiras de madeira ou couro, tabagismo, infecção pelo vírus do Epstein-Barr.

7. Câncer de laringe

Ilustração de células cancerígenas na faringe (imagem: iStock).

- Localização: laringe, incluindo as cordas vocais.

- Sintomas: rouquidão persistente, dor ou dificuldade para engolir, sensação de algo preso na garganta, tosse crônica, dor de ouvido.

- Fatores de risco: tabagismo, álcool, exposição a certos produtos químicos (amianto, poeira de madeira), refluxo gastroesofágico.

8. Câncer de tireoide

Ilustração de tumores na glândula tireoide (imagem: iStock).

- Localização: glândula tireoide, situada na parte frontal do pescoço, abaixo do pomo de Adão.

- Sintomas: nódulo no pescoço, inchaço, dor no pescoço, rouquidão, dificuldade para engolir, problemas respiratórios.

- Fatores de risco: exposição à radiação, histórico familiar de câncer de tireoide, certas condições genéticas (como a neoplasia endócrina múltipla tipo 2), sexo feminino, idade avançada.

Cada um desses cânceres tem particularidades em termos de sintomas, fatores de risco e localização, mas todos compartilham a importância da detecção precoce e do tratamento adequado para melhorar as chances de cura e qualidade de vida dos pacientes.

Sobre a BMJ Best Practice

Imagem: Dot.Lib / BMJ Best Practice / BMJ Group.

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