Novembro Azul: exames de imagem no diagnóstico do câncer de próstata
O câncer de próstata é uma doença que atinge milhares de homens todos os anos no mundo inteiro, sendo o tipo de câncer com maior incidência entre o sexo masculino. De acordo com a Estimativa do Câncer 2020, criada pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA), 29% dos diagnósticos de câncer no Brasil são de próstata, com estimativa de mais de 65 mil casos por ano entre 2020 e 2022. Por ocasião da campanha Novembro Azul — dedicada à conscientização e prevenção do câncer de próstata — a Dot.Lib preparou este artigo para reunir informações sobre o diagnóstico da doença e mostrar os avanços da Medicina nos exames e tratamentos oncológicos.
Os exames de detecção do câncer de próstata podem ajudar na definição de diagnóstico precoce, facilitando a escolha do tratamento mais eficaz e aumentando as chances de cura da doença. Apesar disso, o preconceito por parte da população masculina — sobretudo no caso do exame do toque retal, que é o mais conhecido — também é algo a ser combatido, uma vez que é um procedimento necessário, mas não é o único.
Diagnóstico
Para entender melhor como funcionam os exames para a detecção da doença, é importante entender de que forma ela surge e se desenvolve. Este tipo de câncer ocorre quando há um tumor na glândula prostática, o que geralmente é perceptível pelo seu tamanho e, por isso, capaz de ser indicado em um exame de toque retal.
No entanto, apenas o exame do toque retal não será capaz de determinar com precisão um diagnóstico de câncer. Nesse sentido, outro exame fundamental é o exame de antígeno prostático específico, ou PSA, que é um indicador da saúde da próstata.
Simulação 3D de um tumor na glândula prostática (imagem: Canva).
Com ou sem sintomas, caso o paciente tenha alguma suspeita levantada por esses exames preventivos, serão necessários outros exames para chegar a uma definição do quadro de saúde. O diagnóstico final do câncer de próstata só pode ser feito com uma biópsia da próstata.
Exames de imagem
Após a confirmação da doença, é comum que o médico recomende exames de imagem para aperfeiçoar o seu diagnóstico e tomar uma decisão mais embasada de qual tratamento recomendar ao paciente. A lista a seguir faz referência aos exames mais recomendados a partir dos resultados obtidos do exame do toque, do PSA, a pontuação Gleason e a biópsia.
Um dos principais motivos para uma nova bateria de exames é determinar quão disseminada no corpo a doença está. Por isso, alguns casos podem não ser necessários exames de imagem, como nos pacientes com exame de toque retal normal, PSA baixo e pontuação de Gleason baixa, já que a chance de a doença ter se espalhado é muito baixa em cenários como esse. Nos casos em que exames de imagem posteriores são necessários, os mais comuns são os seguintes:
Ultrassom transretal
Uma pequena sonda é inserida no reto do paciente para captar os ecos e transformá-los digitalmente em uma imagem em preto e branco da próstata. O procedimento é indolor e dura menos de 10 minutos. Entre as principais funções do exame estão: diagnosticar áreas suspeitas da próstata em pacientes com resultados anormais no exame de toque ou PSA, guiar o posicionamento correto das agulhas durante a biópsia da próstata, medir o tamanho da glândula e a densidade do PSA e utilizar como guia durante a braquiterapia ou crioterapia.
Saiba o que os especialistas dizem a respeito da eficácia do ultrassom transretal no artigo “Uso de ultrassom transretal para estadiar a replicação do câncer de próstata”.
Ressonância magnética
Médicos avaliando imagens obtidas por ressonância magnética (imagem: Canva).
Mais uma opção de exame de imagem, a ressonância usa ondas eletromagnéticas para formar imagens detalhadas dos tecidos moles do corpo. O procedimento determina se o paciente deve ou não fazer uma biópsia da próstata, define o estadiamento da doença e ainda auxilia na biópsia, seja posicionando as agulhas ou indicando onde há mais chances de se encontrar o tumor.
Saiba o que os especialistas dizem a respeito da eficácia da ressonância magnética no artigo “Triagem de câncer de próstata baseada em ressonância magnética”.
Cintilografia óssea
Exemplo de uma imagem obtida a partir da cintilografia óssea (imagem: Canva).
É um exame de imagem indicado, sobretudo, para diagnosticar a metástase óssea. Isso porque o câncer de próstata costuma se espalhar primeiro para os ossos. No entanto, a cintilografia óssea apenas sugere a metástase, sendo necessária a realização de exames complementares que podem ir desde uma radiografia simples até uma biópsia óssea. O procedimento é feito através da injeção de uma pequena quantidade de material radioativo na veia do paciente. Depois de algumas horas, o material é atraído pelo tecido ósseo afetado.
Saiba o que os especialistas dizem a respeito da eficácia da cintilografia óssea no artigo “Avaliação da Fase 3 do Índice Automatizado de Varredura Óssea como um Biomarcador Prognóstico de Imagem da Sobrevivência Geral em Homens com Câncer de Próstata Metastático Resistente à Castração”.
Tomografia computadorizada
Paciente masculino entrando na máquina de tomografia computadorizada (imagem: Canva).
Embora seja incomum, o exame pode auxiliar no diagnóstico do câncer de próstata ao verificar se houve disseminação da doença para os linfonodos próximos. Também pode ser útil em casos em que há recidiva — quando a doença volta a aparecer depois do tratamento realizado. Neste cenário, a tomografia computadorizada verifica se a doença está invadindo outros órgãos ou estruturas da pelve.
Saiba o que os especialistas dizem a respeito da eficácia da tomografia computadorizada no artigo “Custo-efetividade do rastreamento do câncer de próstata usando ressonância magnética ou biópsia padrão com base no estudo STHLM3-MRI”.
Sobre o JAMA
Imagem: American Medical Association / Dot.Lib.
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