Incompatibilidade intravenosa: o que é e como evitar
A utilização de diversos medicamentos individuais em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) faz parte do tratamento prestado à assistência de pacientes internados. Nessas circunstâncias, é comum ocorrerem erros de medicação relacionados, principalmente, ao processo de administração do fármaco.
Os tratamentos realizados por via intravenosa são frequentemente indicados, de acordo com o estado de cada paciente. No entanto, essa modalidade terapêutica possui processos complexos e está associada a uma série de riscos e danos, algumas vezes irreversíveis aos pacientes.
Além das incompatibilidades medicamentosas comumente geradas na associação de dois fármacos ou mais, o evento também pode ser observado entre medicamentos e adjuvantes, medicamentos e diluentes ou, até mesmo, entre medicamentos e materiais dos próprios cateteres venosos.
A checagem das incompatibilidades medicamentosas deve ir além do contexto físico-químico do princípio ativo, uma vez que envolve diretamente a segurança do paciente, foco central do trabalho executado pelo farmacêutico clínico. Sendo assim, neste artigo que a Dot.Lib preparou, entenda o que é a incompatibilidade intravenosa e seus principais riscos para a saúde e qualidade da assistência aos pacientes internados nas UTIs.
Interação medicamentosa x incompatibilidade intravenosa
Imagem: Canva.
O conceito de incompatibilidade pode ser definido como a interação entre dois ou mais fármacos, quando combinados na mesma seringa ou frasco, em que são observadas alterações de caráter físico-químico, tais como:
- Mudanças de cor;
- Formação de precipitados;
- Alteração no pH.
Diferente da incompatibilidade intravenosa, os efeitos da interação medicamentosa são observados dentro do organismo, envolvendo os mecanismos farmacocinéticos e farmacodinâmicos.
Exemplos de incompatibilidade entre medicamentos
- Diazepam e ceftriaxona: a mistura intravenosa desses medicamentos pode resultar na formação de precipitados;
- Amiodarona e heparina: pode ocorrer precipitação quando esses medicamentos são misturados;
- Fenitoína e dextrose: a administração de fenitoína em soluções contendo dextrose pode levar à precipitação;
- Insulina e heparina: a mistura de insulina e heparina na mesma seringa pode alterar a eficácia da insulina;
- Ciprofloxacino e sulfato de ferro: a administração simultânea pode levar à formação de complexos insolúveis,
- Omeprazol e bicarbonato de sódio: a mistura desses medicamentos pode reduzir a eficácia do omeprazol.
- Leia também: “Conciliação medicamentosa: entenda a prática e sua importância”
Problemas gerados pela incompatibilidade intravenosa
Os principais riscos gerados pela administração de fármacos incompatíveis no mesmo acesso são, falha ou inefetividade terapêutica, microembolismo e toxicidade. Quando medicamentos incompatíveis são administrados concomitantemente, os riscos de complicações importantes e graves são aumentados, podendo causar danos a diferentes órgãos e agravar as morbidades de pacientes que se encontram em estado crítico.
Este evento pode ser observado com maior frequência em unidades de terapia intensiva pela grande quantidade de medicamentos administrados e prescritos diariamente.
Check-list para evitar a incompatibilidade intravenosa
Imagem: Canva.
Para que o risco da ocorrência de incompatibilidade seja reduzido, existem certos passos que devem ser seguidos por farmacêuticos clínicos, que incluem as checagens:
- do diluente dos fármacos;
- das concentrações dos fármacos;
- do tempo de estabilidade dos fármacos nas diluições testadas,
- dos acessos do paciente (PICC, acesso venoso central do tipo duplo lúmen ou triplo lúmen, acesso venoso periférico).
Quando medicamentos incompatíveis são administrados concomitantemente, os riscos de complicações importantes e graves são aumentados. Além disso, a administração pode causar danos a diferentes órgãos e aumentar a morbidades de pacientes que se encontram em estado crítico.
- Leia também: "Quatro critérios para a avaliação estruturada de uma terapia medicamentosa"
Cognys Meds: conheça o Super Compatibility
Imagem: Cognys Meds / Dot.Lib.
Como um recurso de suporte à decisão clínica, o Cognys Meds — que conta com a tecnologia da Merative Micromedex — facilita o acesso às informações sobre medicamentos e sua utilização por meio de um potente conjunto de ferramentas que ajudam a solucionar os desafios do tratamento com fármacos. Nesse sentido, apresentamos a Super Compatibility (ou Compatibilidade Intravenosa).
Ao acessar a Lista de Medicamentos do Paciente (LIMPA) já preenchida com os fármacos a serem utilizados no tratamento, você encontrará algumas opções de ferramentas, entre as quais estará a Super Compatibility. Ao clicar nela, você será direcionado a uma lista contendo os pares de medicamentos intravenosos (drug-drug), sua compatibilidade no cateter de infusão venosa em Y (Y-site), na mistura (admixture) e na seringa (syringe).
Ao clicar nos elementos coloridos da tabela, que representam os resultados da compatibilidade dos medicamentos, serão apresentados os estudos científicos mais recentes que embasam os resultados, bem como fornecem detalhes sobre as alterações físico-químicas e outros aspectos. Além disso, você também pode acessar uma lista com os medicamentos e diluentes compatíveis. Para mais detalhes, veja o tutorial a seguir:
O conjunto de ferramentas disponível no Cognys Meds otimiza o tempo e a produtividade do profissional, além de proporcionar mais segurança ao paciente. Os benefícios do produto impactam diretamente a qualidade do atendimento e a performance do farmacêutico e equipe médica em atuação.
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