Dot.lib

Fonte: iStock Fonte: iStock
Qual país está preparado para enfrentar uma ameaça biológica?
  • Artigo
  • Dotlib, Saúde Pública, Ciências da Saúde, COVID-19
  • 17/06/2020
  • coronavírus, pandemia, Ameaça biológica

No dia 11 de março, a Organização Mundial da Saúde (OMS) elevou a classificação da infecção por COVID-19 e declarou que o mundo enfrentava uma pandemia termo designado quando a doença infecciosa atinge um número de pessoas simultaneamente no mundo. Esse anúncio reforçou a necessidade dos países intensificarem as medidas de contenção do vírus.

Atualmente, são mais de 187 países afetados, mais de 400 mil mortos no mundo pela doença e o número de infectados ultrapassa os 7 milhões de pessoas. Para autoridades e organizações de saúde têm sido um grande desafio determinar recomendações para combater o avanço do novo coronavírus e conciliar com a necessidade da abertura das atividades econômicas.

Em maio, outra afirmação da OMS coloca os líderes governamentais mais uma vez em alerta: “É importante colocar isso na mesa: esse vírus pode se tornar endêmico em nossas comunidades e nunca desaparecer”, ressaltou Michael Ryan, diretor-executivo da organização. Diante da pandemia atual e dos possíveis surtos que podem ocorrer ao longo dos anos, surge a pergunta: qual país se encontra preparado para enfrentar uma ameaça biológica?

Para ajudar a responder essa pergunta, vamos compreender como foi desenvolvido, em 2019, o GHS, sigla em inglês para “Índice Global de Segurança Sanitária”   a primeira avaliação que aborda os recursos globais de segurança sanitária de 195 países   e as suas principais conclusões.

Por que foi criado o Índice GHS? 

O Índice Global de Segurança Sanitária é um estudo que avaliou a capacidade dos países que compõem os Estados Partes do Regulamento Sanitário Internacional (RSI 2005) na prevenção, detecção e respostas a ameaças biológicas. O projeto é uma idealização da organização não governamental Nuclear Threat Initiative (NTI), do Johns Hopkins Center for Health Security (JHU) e desenvolvido pela  Economist Intelligence Unit (EIU).

A proposta de seus organizadores é fomentar o debate e as mudanças sobre a segurança nacional da saúde no enfrentamento de surtos de doenças infecciosas que podem evoluir para epidemias e pandemias. Assista o vídeo abaixo e saiba mais sobre o estudo.


Vídeo sobre o Índice Global de Segurança Sanitária. (Fonte: GHS)

A pesquisa analisou a segurança e as capacidades de saúde de 195 países, abrangendo 34 indicadores, 140 perguntas divididas em 6 categorias (Prevenção, Detecção e notificação, Resposta Rápida, Sistema de Saúde, Conformidade com as normas internacionais e Ambiente de risco) e 85 subindicadores. Além disso, as posições foram definidas por notas de 0 a 100, em que 100 indica as melhores condições de saúde. 

Principais avaliações

• Segundo o estudo, “a segurança nacional de saúde é fundamentalmente fraca em todo o mundo. Além disso, nenhum país está totalmente preparado para epidemias ou pandemias, e todos os países têm lacunas importantes para resolver”.

• A pontuação média geral foi de 40,2 (de 100) e os países de alta renda apresentaram uma média de 51,9. Os Estados Unidos aparecem no topo do ranking (1ª), seguido do Reino Unido e Países Baixos.

• Os países não estão preparados para um evento biológico globalmente catastrófico, pois 81% dos países tiveram a pontuação no nível inferior para indicadores relacionados a riscos deliberados (biossegurança); 92% dos países não mostraram evidências de exigir verificações de segurança para pessoas com acesso a materiais ou toxinas biológicas perigosas.

• São poucas as evidências que a maioria dos países apresentou sobre as capacidades de segurança em saúde e mostrou que elas funcionariam em uma crise. Menos de 5% mostraram a necessidade de testar seu centro de operações de emergência pelo menos anualmente; 77% não demonstraram capacidade de coletar dados laboratoriais em andamento ou em tempo real. 

• Os países, em sua maioria, apresentaram deficiência nos sistemas de saúde para uma resposta a epidemias e pandemias. Apenas 27% mostraram a existência de uma estratégia atualizada da força de trabalho em saúde e, ainda, 3% mostraram um compromisso público de priorizar os serviços de saúde para os profissionais que adoecem pela participação no enfrentamento no combate de um evento biológico.

• Apenas 16 países mostraram evidências da existência de um sistema atualizado de registro e gerenciamento de inventário de instalações que armazenam ou processam vírus e toxinas perigosas. 

Clique aqui para ter acesso ao relatório completo e as 33 recomendações para preencher as lacunas encontradas no presente relatório. 

Como está a situação do Brasil no ranking?


Fonte: iStock 

O Brasil alcançou 59,7 pontos
  encontra-se na categoria “mais preparado”   e ocupa a 22ª colocação no ranking, à frente da China (51ª). Além disso, é o país latino-americano com a melhor posição. Veja abaixo os principais destaques no relatório:  

• Em relação à prevenção, a pontuação obtida foi de 59,2 (média global foi de 34,8 pontos);

• Sobre a “Detecção e notificação de ameaças biológicas” atingiu 82,4 pontos;

• No indicador “Sistema de Laboratório”, obteve nota 100. Importante lembrar que há grandes centros de pesquisas brasileiros de excelência, como a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) com 120 anos de história

• No item que abrange a “Vigilância em tempo real”, o país alcançou 81,7 pontos.

Para visualizar todos os dados do Brasil no índice, clique aqui.

Prepara-se


Fonte: iStock

O Índice GHS busca esclarecer as lacunas apresentadas para aumentar a vontade política e o financiamento para preenchê-las tanto no nível nacional quanto internacional. Por isso é fundamental os governantes entenderem os recursos existentes para preparar um sistema de saúde capaz de combater e mitigar epidemias e pandemias. Dessa forma, as avaliações deste estudo contribuem para construir uma segurança sanitária nacional e global mais robusta e eficaz.

Caso tenha interesse em mais conteúdos relacionados a preparação dos sistemas de saúde em tempos de crise, acesse:  COVID-19: 4 elementos essenciais para preparar um sistema de saúde e 5 competências de uma liderança em tempos de crise.

Dot.Lib
Dot.Lib

A Dot.Lib distribui conteúdo online científico e acadêmico a centenas de instituições espalhadas pela América Latina. Temos como parceiras algumas das principais editoras científicas nacionais e internacionais. Além de prover conteúdo, criamos soluções que atendem às necessidades de nossos clientes e editoras.

Quer conhecer o nosso conteúdo?

Podemos lhe oferecer trials (períodos de acesso de teste gratuitos) dos conteúdos de nossas editoras parceiras. Se você tem interesse em conhecer alguma de nossas publicações ou soluções de pesquisa, preencha o formulário ao lado.

Informe os dados abaixo.
Utilizamos seus dados para analisar e personalizar nossos conteúdos e anúncios durante a sua navegação em nossa plataforma e em serviços de terceiros parceiros. Ao navegar pelo site, você autoriza a Dot.Lib a coletar tais informações e utilizá-las para estas finalidades. Em caso de dúvidas, acesse nossa Política de Privacidade ou Política de Cookies.