Dezembro Laranja: conheça os tipos de câncer de pele e saiba como identificar
“Não espere sentir na pele” é o lema do Dezembro Laranja de 2022, campanha esta que foi criada em 2014 e é organizada todos os anos desde então pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Antes disso, desde 1999 a sociedade realiza mutirão de atendimento gratuito que já beneficiou mais de 600 mil pessoas.
Assim como ocorre no Setembro Amarelo, Outubro Rosa e Novembro Azul, durante todo o mês de dezembro, são realizadas ações com a participação de artistas, influencers e intelectuais que voltam as atenções para a importância da prevenção contra o câncer de pele. Monumentos são iluminados na cor laranja, filtros solares são distribuídos em praias e parques, entre outras iniciativas.
Ainda que exista um significado explícito, a escolha do mês faz sentido, já que no Brasil, o verão — época de maior incidência do câncer de pele — começa em dezembro. Já a cor laranja remete ao calor e alegria desta época do ano e aos raios de sol que, em longas exposições sem proteção, podem causar a doença. Além disso, é uma cor que visualmente chama a atenção e, neste contexto, cumpre com o seu papel de atrair as pessoas para a mensagem de prevenção contra a doença.
Cenário
Imagem: Canva.
Dados da Organização Pan-Americana de Saúde mostram que o câncer é a segunda maior causa de mortes em todo o mundo. No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) registra 184 mil casos de câncer de pele anualmente, o que corresponde a 30% dos diagnósticos oncológicos e faz da doença o tipo mais comum de câncer no país.
Em linhas gerais, o câncer de pele é um tumor que se forma na derme e ocorre quando há um crescimento anormal de células nesse órgão, com possibilidade de se espalhar por outras partes do corpo e, em alguns casos, chegar à metástase. Em 90% dos casos, o câncer é ocasionado por excesso de exposição aos raios ultravioletas do sol. Os tipos de câncer de pele são classificados de acordo com a camada de pele afetada.
Perfil dos pacientes
Imagem: Canva.
A doença é frequente em adultos de pele clara, com sardas, cabelos claros ou ruivos e olhos claros, mas também pode surgir nas partes do corpo mais claras em pessoas de pele negra, como nas palmas das mãos. Os fatores de risco incluem a exposição prolongada à radiação ultravioleta nos horários de pico (das 10 às 16 horas) sem protetor solar e acessórios de proteção (chapéus, bonés, lenços, óculos), realização de bronzeamentos artificiais, mutações genéticas hereditárias, histórico familiar da doença, entre outros.
Tipos de câncer de pele
Imagem: Canva.
ualquer alteração na cor da pele, nos sinais (como as pintas) ou o surgimento de novos nódulos ou ulcerações dolorosas que possam sangrar são indícios de câncer de pele. No geral, existem três versões da doença:
Carcinoma basocelular
É o tipo de maior incidência. Afeta a camada superior da pele (epiderme) onde se encontram as células basais. Além de ser o tipo mais comum de cancro de pele, também é o menos letal. Quando identificado precocemente, ele pode ser curado de maneira mais fácil e rápida. Geralmente, surgem nas regiões mais expostas ao sol, como face, orelhas, nariz, pescoço, costas e ombros. Seu crescimento é lento e dificilmente se alastra pelo corpo ou leva a óbito.
Carcinoma espinocelular
Conhecido como carcinoma de células escamosas, é o segundo tipo mais comum de câncer de pele. É importante detectá-lo rápido, por ser mais agressivo e oferecer um risco maior de causar metástase. As lesões são mais comuns em locais mais expostos aos raios solares, como o rosto, os antebraços, as costas, o pescoço e o couro cabeludo. O tumor se apresenta como pequenas feridas e asperezas na pele, que podem sangrar. É mais comum entre homens, idosos e pessoas com sistema imunológico enfraquecido. No entanto, esse tipo é bastante curável.
Melanoma
Origina-se nas células responsáveis pela pigmentação da pele, sendo o tumor de pele menos comum. O melanoma também possui um alto índice de mortalidade e o pior prognóstico. Trata-se de um câncer grave, devido à alta chance de metástase – ou seja, a possibilidade de se espalhar para outras partes do corpo. Em mulheres, as lesões desenvolvem-se mais frequentemente nas pernas, enquanto nos homens a área mais atingida é o tronco.
Sinais
Imagem: Canva.
O câncer de pele pode se assemelhar a lesões, pintas e sinais benignos. Por isso, é necessário ficar atento ao corpo e quaisquer alterações. As lesões malignas costumam ser de tons escuros, rosa ou avermelhados.
Uma pinta que coça e sangra, muda de tamanho, cor e/ou consistência além de feridas que não cicatrizam podem ser um indicativo. Para auxiliar a população na identificação de possíveis indicativos da doença, os médicos dermatologistas recomendam o teste “ABCDE”. Cada letra é um aspecto a ser observado em caso de anomalias na pele.
É importante ressaltar que, em caso de suspeita, a consulta a um médico é indispensável para um diagnóstico correto.. Abaixo, confira o que deve ser observado no teste “ABCDE”:
Assimetria: em casos nos quais uma metade da lesão é diferente da outra há indícios de ser uma anomalia maligna.
Borda irregular: notar se o contorno do sinal, pinta ou mancha é liso ou irregular. As anomalias malignas costumam apresentar uma borda irregular.
Cor: checar se possui coloração rosa, marrom, preto ou avermelhado e se possui mais de uma cor, indicativos de um ferimento maligno.
Diâmetro: se a lesão, pinta ou mancha tem mais de 6mm, há uma probabilidade maior de ser uma lesão maligna.
Evolução: mudanças no tamanho, forma ou cor também são indícios de uma natureza maligna.
O diagnóstico é feito pelo médico especialista em dermatologia e/oncologia, através do exame clínico. Para uma maior precisão, geralmente é usado o exame de dermatoscopia – que permite visualizar as camadas da pele que não podem ser observadas a olho nu. Em outros casos também pode ser necessária a realização de um exame de biópsia. Além destes anteriormente citados, outros exames podem ser necessários de acordo com a opinião médica.
Tratamentos
Os tratamentos variam para cada tipo de câncer de pele, mas o mais comum é a cirurgia para remover completamente o tumor e evitar sua disseminação. Isso pode ser combinado com radioterapia ou quimioterapia antes da cirurgia para diminuir o tumor ou após a cirurgia para remover quaisquer células cancerígenas remanescentes.
Entre os tipos de cirurgia mais comuns estão a cirurgia excisional e a cirurgia micrográfica de Mohs. Este último é um procedimento mais meticuloso, já que é uma cirurgia pouco invasiva que garante a remoção total do tumor e é altamente recomendada em casos nos quais o tumor está em locais mais delicados e de difícil acesso (como na face, por exemplo).
No entanto, a Ciência tem evoluído a passos largos nas abordagens farmacológicas contra o câncer de pele.
Pembrolizumabe x Interferon ou Ipilimumabe
Imagem: Montagem / Dot.Lib.
Aprovado em maio de 2022 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o pembrolizumabe é um medicamento da classe dos anticorpos monoclonais que, combinado com a quimioterapia, mostrou grande potencial para o tratamento de câncer de mama triplo-negativo localizado e de alto risco.
Mas um estudo publicado em novembro de 2022 pelo JAMA Oncology indicou que o fármaco tem potencial para o tratamento de pacientes com melanoma ressecado de alto risco. Os resultados mostraram que, comparado com o interferon e com o ipilimumabe, o tratamento com pembrolizumabe adjuvante melhorou a qualidade de vida dos pacientes. Leia o estudo completo aqui.
Imagem: American Medical Association / Dot.Lib.
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