Wiley: fóssil de “pássaro do terror” traz informações sobre a América do Sul há 12 milhões de anos
Pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, analisaram o fóssil de uma ave gigante carnívora, conhecida como “pássaro do terror”, que pode ser o maior membro já identificado de sua espécie. O osso, uma ponta de tibiotarso esquerdo, foi encontrado no deserto de Tatacoa, Colômbia, e remonta ao período Mioceno, há cerca de 12 milhões de anos. Publicada na Papers in Palaeontology — um periódico da Wiley — a descoberta representa a evidência mais ao norte desses pássaros na América do Sul e sugere um papel central deles na fauna predatória da região.
O fóssil, cerca de 5% a 20% maior do que os de outras espécies conhecidas de Phorusrhacidae, apresenta marcas de dentes atribuídas ao crocodilo extinto Purussaurus, indicando que a ave possivelmente sucumbiu a um ataque. Modelos 3D do espécime foram criados com tecnologia avançada e revelaram características exclusivas dessas aves, que eram corredoras terrestres e predadoras. Além disso, a presença desse fóssil na região destaca um ecossistema que incluía primatas, gliptodontes e preguiças gigantes, em um ambiente outrora repleto de rios sinuosos.
A descoberta contribui para a compreensão da biodiversidade do Mioceno na América do Sul, em um período anterior à conexão com a América do Norte. Segundo Siobhán Cooke, uma das autoras principais do estudo, esse tipo de fóssil raro pode levar à reavaliação de coleções existentes, identificando outros exemplares de “pássaros do terror”. Para a pesquisadora, essas análises trazem uma visão fascinante de um mundo extinto, povoado por espécies impressionantes que transformaram a região em um ecossistema único.
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