Wiley: descoberta de trilobitas fornece pistas sobre a Terra de 480 milhões de anos atrás
A descoberta de dez novas espécies de trilobitas feitas na ilha de Ko Tarutao, uma parte pouco explorada da Tailândia, revelou segredos do período cambriano escondidos por 490 milhões de anos. De acordo com o artigo publicado no periódico Papers in Paleontology, da Wiley, os fósseis estavam “incrivelmente bem preservados”. De modo detalhado, os pesquisadores descreveram esses artrópodes marinhos como animais que possuíam a cabeça em formato de meia-lua e respiravam pelas pernas. Os fósseis foram encontrados entre camadas de cinzas petrificadas em arenito, conhecidas como tufo — um conjunto de pedras de baixa densidade, resultado de erupções vulcânicas antigas.
Estes tufos contêm cristais de zircão, que permitem aos cientistas datar não apenas os fósseis encontrados na região, mas também compreender melhor outras áreas do mundo onde espécimes semelhantes foram descobertos em rochas não datáveis. De acordo com Nigel Hughes, coautor do trabalho, são usadas técnicas de radioisótopos para datar quando o zircão se formou e assim encontrar a idade da erupção, bem como do fóssil. Os cientistas explicam que é raro encontrar tufos de um período específico do final do Cambriano, entre 497 e 485 milhões de anos atrás. No entanto, eles são essenciais para reconstruir a história geológica da Terra.
A descoberta não só conecta a Tailândia a regiões distantes como Austrália, China e América do Norte, mas também fornece pistas sobre a posição desta área em relação ao antigo supercontinente Gondwana. Os autores do estudo consideram que os tufos e fósseis não são apenas uma revelação sobre o passado, mas também fontes valiosas de informações para enfrentar os desafios contemporâneos do nosso planeta. “O que temos aqui é uma crônica de mudanças evolutivas acompanhadas de extinções. A Terra escreveu este disco para nós e temos sorte de tê-lo. Quanto mais aprendermos com isso, mais bem preparados estaremos para os desafios que hoje projetamos no planeta para nós mesmos”, afirmou Hughes.
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