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Estudo utiliza o conceito do "Fantástico Negro" para desestabilizar narrativas hegemônicas e reimaginar as possibilidades políticas e culturais nos EUA (imagem: Halfpoint / iStock) Estudo utiliza o conceito do "Fantástico Negro" para desestabilizar narrativas hegemônicas e reimaginar as possibilidades políticas e culturais nos EUA (imagem: Halfpoint / iStock)
Project MUSE: O Poder Político do Fantástico Negro na Cultura Popular
  • Notícia
  • Ciências Humanas, Ciências Sociais Aplicadas
  • 06/11/2025
  • Project MUSE, Dot.Lib, Cultura Popular, Religião Civil, Estudos Raciais, Política Americana, Fantástico Negro

A cultura popular funciona frequentemente como um espelho da sociedade, mas também como um campo de batalha onde narrativas dominantes são contestadas. Um novo artigo publicado no periódico American Religion, da nossa parceira Project MUSE, explora como atos de atletas e artistas negros, especificamente o protesto de Colin Kaepernick ao ajoelhar-se durante o hino nacional e a performance de Kendrick Lamar no intervalo do Super Bowl de 2025, funcionam como intervenções críticas que interrogam a religião civil dos Estados Unidos.

O autor, James Howard Hill Jr., argumenta que essas ações vão além de simples críticas, operando como manifestações do "Black Fantastic” (Fantástico Negro) – momentos que expõem a contingência das formações hegemônicas e recusam a fácil incorporação em lógicas de inclusão sancionadas pelo Estado. O estudo analisa como esses atos, encenados em estádios da NFL (epicentros do poder cultural americano), desestabilizam o consenso cultural liberal.

Os principais pontos do artigo são:

  • Protesto como Ruptura: O ajoelhar silencioso de Kaepernick é interpretado não apenas como um protesto contra o racismo anti-negro, mas como uma "mudez" que contesta a própria ordem simbólica da religião civil americana, expondo a violência colonial e o silenciamento da experiência negra. A associação (falsa) de Kaepernick ao Islã refletiu a ansiedade mais ampla em relação à dissidência política negra e a islamofobia pós-11 de setembro.

  • O Fantástico Negro: Inspirando-se em teóricos como Charles H. Long, Tzvetan Todorov, Richard Iton e Emilie Townes, o artigo posiciona o "Black Fantastic” como um espaço de indecidibilidade que irrompe na ordem normativa, desafiando a "imaginação hegemônica fantástica" que naturaliza o mal sistêmico.

  • Performance Ambígua: A performance de Kendrick Lamar no Super Bowl, com suas alusões à violência, divisões nacionais e o uso de símbolos americanos (como a bandeira formada por corpos negros), é vista como uma continuação dessa perturbação. Embora ambígua em sua relação com a máquina comercial da NFL, a performance recusou o fechamento ou uma mensagem fácil de unidade, expondo as tensões irredutíveis da política, raça e nacionalismo americanos.

  • Para Além do Funcionalismo: O estudo argumenta que a análise da religião civil não pode se limitar a abordagens funcionalistas, devendo confrontar os antagonismos e exclusões constitutivas que a sustentam. O “Black Fantastic” oferece uma ferramenta conceitual para essa análise política.

Ao invés de buscar a incorporação dentro das estruturas existentes, esses atos insistem numa reimaginação radical das possibilidades sociais, culturais, religiosas e políticas, destacando a luta contínua por significado, poder e pertencimento na vida americana.

Para aprofundar-se na análise teórica do Fantástico Negro e na interpretação detalhada das performances, recomendamos a leitura do artigo completo.

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