
JNS: cientistas propõem nova estratégia para prevenir AVC em pacientes com estenose leve
Um artigo recente publicado no Journal of Neurosurgery (JNS) pode mudar a forma como os médicos tratam pacientes com estenose leve da artéria carótida. Tradicionalmente considerados de baixo risco por apresentarem menos de 50% de estreitamento arterial, esses pacientes continuavam sofrendo acidentes vasculares cerebrais (AVCs) mesmo com o tratamento clínico adequado. Conduzido por pesquisadores da Universidade de Toyama, no Japão, o estudo revelou que a composição da placa na artéria, e não apenas o grau de estenose, pode ser determinante para novos eventos isquêmicos.
A pesquisa acompanhou 124 pacientes com sintomas de isquemia cerebral ou ocular no mesmo lado da estenose carotídea leve. Todos receberam o melhor tratamento médico disponível, mas 63 também foram submetidos a cirurgia (endarterectomia) ou colocação de stent. Os resultados mostraram que 81% dos pacientes tinham placas instáveis e quase 60% apresentavam hemorragia intraplaca — um forte indicativo de risco. Pacientes que passaram apenas por tratamento clínico tiveram uma taxa significativamente maior de AVC isquêmico (15,1%) do que os operados (1,7%).
As descobertas desafiam diretrizes médicas atuais, que não recomendam cirurgia para estenoses leves, ao mostrar que a avaliação da composição da placa pode ser mais eficaz na prevenção de AVCs do que o critério tradicional baseado apenas na porcentagem de obstrução. Segundo os autores, esse novo olhar pode levar a estratégias mais personalizadas e proativas, com o potencial de reduzir significativamente os riscos para uma parcela de pacientes até então subestimada.
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