JAMA: depressão pode induzir consumo de fake news sobre vacinas contra a COVID-19
Ainda que a relação não esteja clara, pessoas com sintomas depressivos intensos tendem a acreditar mais nas chamadas fake news, especialmente sobre as vacinas contra a COVID-19. É o que sugere um estudo realizado com 15.464 voluntários norte-americanos e publicado recentemente no JAMA Network Open. Um dos métodos utilizados na pesquisa foi a exposição dos participantes às afirmações suspeitas relacionadas aos imunizantes, sobre as quais deveriam responder com uma das seguintes opções: “precisas” (a afirmação é verdadeira), “imprecisa” (a afirmação não é verdadeira) ou “não tem certeza”.
Entre as declarações apresentadas estavam “as vacinas para a COVID-19 podem alterar o DNA das pessoas” ou “as vacinas de COVID-19 contêm microchips que podem rastrear pessoas”. Periodicamente, os cientistas aplicaram um questionário de saúde do paciente composto por 9 itens com o objetivo de identificar os sintomas depressivos e sua intensidade. Os resultados mostraram que a probabilidade de uma pessoa depressiva cair em uma notícia falsa é 2,2 vezes maior do que em pessoas sem a doença psiquiátrica. Além disso, 50% dos entrevistados mostraram menos propensão a se vacinar e 2,7 vezes mais chances de relatar alguma resistência à vacina.
Após dois meses, os pesquisadores entrevistaram novamente apenas 2.809 dos voluntários e concluíram que aqueles que apresentaram depressão na pesquisa anterior têm tendência 2 vezes maior de endossar mais desinformação. Para o pesquisador Roy Perlis, um dos autores do estudo, a depressão aumenta a visão negativa do indivíduo, o que o tornaria suscetível às notícias que corroborem esse viés. “A depressão pode fazer com que as pessoas vejam o mundo como um lugar particularmente obscuro e perigoso. Pensamos que essas pessoas também podem ser mais suscetíveis a acreditar que as vacinas são perigosas, mesmo que não sejam”, afirma Perlis.
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