BMJ publica artigo aberto sobre desinformação em torno da COVID-19 no Brasil
O British Medical Journal (BMJ) Open Science publicou um position paper (ou posicionamento) acerca da desinformação sobre a pandemia de COVID-19 no Brasil. O periódico científico também fez críticas aos estudos clínicos que embasam as notícias falsas e cujas mudanças na metodologia podem ter induzido os testes e seus resultados ao erro. Para isso, o periódico citou o exemplo da indicação da hidroxicloroquina e da azitromicina no tratamento contra a COVID-19.
De acordo com o periódico, tanto o estudo realizado por cientistas brasileiros quanto o respectivo artigo — ambos sobre os testes realizados em pacientes com a doença em fase inicial e que foram tratados com esses medicamentos — apresentavam falhas metodológicas sérias. Entre os apontamentos estão: a não randomização dos pacientes; a inclusão de pacientes no estudo sem teste para a COVID-19 e com sintomas semelhantes aos da gripe; a falta de clareza sobre os motivos das hospitalizações e óbitos, entre outros.
Sobre a produção científica pós-pandêmica em todo o mundo, foram observadas as seguintes características: em geral, os estudos foram realizados com pequenas amostras; houve acúmulo de evidências empíricas comparado aos estudos pré-pandêmicos; a aprovação dos artigos, desde a submissão até a publicação, foi acelerada e os critérios qualitativos na revisão pelos pares se modificaram ao longo da pandemia. Além disso, existem evidências empíricas de que alguns ensaios clínicos realizados durante a pandemia foram duplicados ou são, segundo o periódico, “implausíveis”.
Link do posicionamento completo, clique aqui.
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