Informação pode ajudar no desenvolvimento de novos tratamentos para impedir o agravamento da doença (imagem: Canva).
CSHL: cientistas descobrem molécula que gera a metástase do câncer de mama
Cientistas do Cold Spring Harbour Laboratory (CSHL) e colaboradores do Hospital Geral de Massachussets, nos Estados Unidos, descobriram a molécula responsável por gerar o processo metastático no câncer de mama. Trata-se da MHC-II — cuja sigla em inglês significa complexo principal de histocompatibilidade classe II — que está presente em diversas células importantes para o início das respostas imunológicas. Semir Beyaz, professor assistente do CSHL e um dos autores do estudo, definiu o papel da MHC-II como paradoxal.
Isso porque em outros locais, como o intestino, essa molécula ajuda a destruir as células anormais antes que elas se tornem um problema. Já no câncer de mama, a MHC-II dribla a proteção dos linfonodos ao impedir que liberem as células anti-inflamatórias para combater as cancerígenas, tornando-o o ambiente propício para a metástase. Em testes com camundongos, os pesquisadores observaram que níveis mais altos de MHC-II em um subconjunto de células cancerígenas levaram a uma maior supressão imunológica nos gânglios linfáticos, metástases mais rápidas e menor sobrevida.
“Se você se livrar do MHC-II nas células cancerígenas, você freia a invasão. Os gânglios linfáticos param de suprimir a resposta imune e reduzem as habilidades de colonização do câncer”, explica Beyaz. O estudioso afirmou que a compreensão desses processos pode auxiliar no desenvolvimento de novas terapias que freiem a metástase, mas que o sucesso do tratamento dependerá de onde o câncer se desenvolve inicialmente. A descoberta representa uma esperança para os pacientes de câncer de mama, cuja estimativa é de mais de 25 milhões de casos novos até 2030, segundo o Inca.
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