Confira os artigos mais lidos no European Journal of Hospital Pharmacy em agosto de 2024
Com o intuito de sempre trazer o que há de melhor e mais atual na pesquisa científica, a Dot.Lib traz mensalmente os conteúdos open access mais lidos nos melhores periódicos de Farmácia e Farmacologia. A seguir, confira os artigos mais acessados do European Journal of Hospital Pharmacy, periódico do BMJ, em agosto de 2024.
1) Vacina da COVID-19 e hepatite autoimune
Neste artigo publicado em 2022, os autores investigaram uma possível relação de causa e efeito entre a primeira dose das vacinas contra a COVID-19 e o diagnóstico de hepatite autoimune (HAI). Para isso, eles analisaram o caso de uma mulher de 20 anos que, dez dias após tomar a vacina ChAdOx1 nCoV-19, da AstraZeneca, apresentou sintomas como descoloração amarelada dos olhos e urina escura. Após uma série de exames, foi confirmado o diagnóstico de HAI.
A paciente havia se recuperado de uma infecção assintomática por COVID-19 três meses antes e tinha histórico de uso crônico de analgésicos para enxaqueca. O tratamento para a HAI incluiu uma combinação de prednisolona, azatioprina e outros, melhorando significativamente a função hepática. No entanto, durante o tratamento, a paciente desenvolveu efeitos colaterais, como erupções acneiformes induzidas por esteroides e acantose nigricans; o quadro melhorou ao interromper a terapia com esteroides. O caso sugere uma possível ligação entre a vacina e o surgimento da doença autoimune, embora a causalidade ainda seja considerada indeterminada.
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2) Rabdomiólise induzida por rosuvastatina e prevenção com estatinas
Este artigo traz o quadro de um homem de 80 a 90 anos, com histórico de doença arterial coronariana, que desenvolveu rabdomiólise grave após iniciar tratamento com rosuvastatina durante internação na UTI. O paciente apresentava múltiplos fatores de risco para miopatia induzida por estatinas, como idade avançada, insuficiência renal e hepática, além de uma variante genética que aumenta a predisposição à miotoxicidade. O paciente foi hospitalizado inicialmente por angina instável e submetido a angioplastia com colocação de stent. Três dias após o procedimento, ele apresentou falência multiorgânica causada por tamponamento pericárdico, necessitando de hemodiafiltração (HDF) contínua.
Após a retomada da rosuvastatina, o paciente desenvolveu rabdomiólise, com níveis de CK e mioglobina extremamente elevados, exigindo novamente uma HDF e administração de metilprednisolona para tratar a inflamação muscular. O tratamento incluiu a suspensão da rosuvastatina e a continuidade da diálise intermitente. Após estabilização, o paciente foi transferido da UTI para uma enfermaria normal. O caso ressalta a natureza multifatorial da miopatia associada à estatina e a necessidade de uma avaliação de risco mais abrangente antes de iniciar a terapia. Ainda, evidencia a importância de individualizar a terapia com estatinas, especialmente em pacientes com múltiplos fatores de risco, para evitar complicações graves como a rabdomiólise.
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3) Atualizações sobre a resistência aos medicamentos antifúngicos
O aumento da resistência antifúngica tem se tornado uma preocupação crescente na Medicina, com destaque para a limitação das opções de classes de antifúngicos disponíveis e a complexidade dos mecanismos de resistência adquirida. As infecções causadas por fungos, como aspergilose e candidíase, representam grandes desafios devido à resistência a medicamentos como os azóis, amplamente usados tanto em tratamentos médicos quanto na agricultura. A resistência aos azóis em Aspergillus fumigatus, por exemplo, é atribuída ao uso generalizado de fungicidas triazólicos, enquanto a Candida auris, que causa surtos em hospitais, já apresenta resistência a múltiplos medicamentos, tornando-se uma ameaça global.
A resistência antifúngica em dermatófitos também está em ascensão, com cepas de Trichophyton resistentes à terbinafina sendo identificadas em várias partes do mundo. A adoção de estratégias de administração antifúngica em hospitais tem reduzido a mortalidade, reforçando a necessidade de diagnóstico rápido e de um acompanhamento especializado para garantir a eficácia do tratamento antifúngico. Neste artigo, especialistas alertam para a importância dos testes de suscetibilidade e da administração antifúngica adequada, que podem melhorar a sobrevida e reduzir a resistência a antimicrobianos.
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