Cenário da medicina personalizada na América Latina
A medicina está inserida em uma área de constantes transformações para oferecer um atendimento de qualidade aos pacientes. Na atualidade, uma das principais tendências mundiais no setor é a implementação da estrutura baseada na medicina personalizada.
Essa abordagem definida como uma estratégia médica tem como objetivo a personalização dos serviços em saúde quanto às decisões clínicas, as práticas e os produtos adaptados para cada indivíduo. Ou seja, ela propõe o diagnóstico e tratamento adequados ao paciente certo no momento apropriado. Ela pode ser considerada ainda uma verdadeira revolução da medicina.
Mas como está o cenário da medicina personalizada nos países latinos-americanos?
Neste artigo serão apresentadas as principais conclusões extraídas do relatório “Medicina personalizada na América Latina: Universalizando a promessa de inovação”, que analisou os pontos fortes e fracos dessa estrutura de apoio na saúde em 9 países latino-americanos.
O que é o relatório?
O documento “Medicina Personalizada na América Latina: Universalizando a promessa de inovação”, elaborado pela The Economist Intelligence Unit em parceria com a farmacêutica Roche Foundation Medicine, apresenta as tendências atuais e futuras dos sistemas de medicina personalizada em 9 países latino-americanosa: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, México, Peru e Uruguai.
A divulgação do relatório foi realizada em outubro deste ano, no Roche Press Day — encontro anual para promover a excelência jornalística na América Latina e contribuir para o diálogo sobre saúde. Vale ressaltar que a pesquisa foi desenvolvida antes do período da pandemia de COVID-19.
Para a pesquisa, os países foram categorizados em três níveis de evolução no que se refere à prática da medicina personalizada: os países do nível um, significa que estão “prontos para decidir” se querem criar uma abordagem abrangente e holística; os países do nível dois têm pontos fortes importantes, porém precisam inserir um processo para “reforçar as bases”; os de nível três, possuem poucos recursos para serem utilizados na criação dessa estrutura e estão “começando a jornada”.
Outro destaque importante foi sobre a responsabilidade dos gestores na formulação das políticas públicas. Elas devem ser criadas com foco nas seguintes áreas: governança, conscientização e atitudes, infraestrutura e administração financeira.
Segundo o relatório, não existe uma ordem hierárquica para o desenvolvimento dos componentes do framework. No entanto, para obter êxito na medicina personalizada é importante a construção da estrutura de apoio como um todo.
Principais destaques
• Em sua maioria, os profissionais da saúde não têm ciência do potencial dessa abordagem e o conhecimento geral da população ainda é baixo. Logo, faz-se necessário conscientizar a todos sobre os mecanismos, o potencial e as limitações para facilitar a introdução da estrutura na saúde.
• Brasil, Argentina, Colômbia, Costa Rica e Uruguai são os cinco países latino-americanos que aparecem como potências na medicina personalizada, sendo classificados como "prontos para decidir”. Esses países têm avançado na consolidação de políticas públicas em 4 áreas (governança, conscientização e atitudes, infraestrutura, administração financeira) que buscam a personalização de tratamentos e diagnósticos.
• O relatório classificou Chile e México como países que estão "reforçando suas bases" no assunto; Equador e Peru como nações que estão “começando nessa jornada.”
• Para o sucesso da medicina personalizada é necessário uma abordagem de governança coerente para que seja criado um ambiente propício para receber intervenções benéficas a toda população.
• O Brasil e a Colômbia têm os processos de Avaliação de Tecnologia em Saúde (ATS) mais maduros da América Latina. A ATS é uma ferramenta que ajuda os sistemas de saúde na seleção racional de quais intervenções personalizadas podem ser oferecidas de forma mais precisa para toda a população.
• As instalações do laboratório de genética, Avaliação de Tecnologias em Saúde e o financiamento são pontos que precisam ser melhorados.
Para conferir o relatório na íntegra, clique aqui.
Dot.Lib
A Dot.Lib distribui conteúdo online científico e acadêmico a centenas de instituições espalhadas pela América Latina. Temos como parceiras algumas das principais editoras científicas nacionais e internacionais. Além de prover conteúdo, criamos soluções que atendem às necessidades de nossos clientes e editoras.