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Um artigo publicado na Quantitative Biology — um periódico da Wiley — lançou luz sobre um dos grandes mistérios da Biologia Evolutiva: o que nos tornou exclusivamente humanos. Embora os genomas de humanos e chimpanzés apresentem uma divergência de apenas 1,23%, o estudo sugere que mudanças na regulação gênica, e não nas proteínas em si, podem explicar as drásticas diferenças cognitivas entre as espécies.

A pesquisa se concentrou nas regiões regulatórias próximas dos genes, representadas por uma matriz chamada CREF. Essa estrutura permitiu comparar os perfis regulatórios de humanos, chimpanzés, bonobos e gorilas. A análise revelou dois “saltos” evolutivos significativos nos módulos regulatórios que impactaram diretamente funções como memória de longo prazo, aprendizado, comportamento social e até aspectos ligados à felicidade.

Segundo os autores, esses saltos — chamados de saltações cis-regulatórias — oferecem um novo modelo quantitativo para entender a evolução da inteligência humana. A pesquisa reforça a hipótese de que pequenas mudanças em como os genes são ativados ou desativados podem ter impulsionado nossa capacidade cognitiva, mais do que alterações nas sequências proteicas em si.

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