Tipos de desinformação e o papel do bibliotecário
O processo de aquisição do conhecimento passa pelos dados, que estruturados se tornam informações e, após um processo de organização, reflexão e síntese, se tornam um conhecimento. No entanto, a rapidez com a qual as informações são facilmente disseminadas na internet levantam dúvidas quanto à veracidade de seus dados.
É neste cenário que surgem alguns termos em torno dos quais especialistas em comunicação, tecnologias da informação e cientistas de dados têm debatido os respectivos riscos: desinformação, informação incorreta e má-informação. Caso não sejam identificados e combatidos, esses problemas podem induzir a erros com consequências a toda sociedade.
A seguir, confira a diferença entre os três termos e saiba como o profissional bibliotecário pode ajudar nestes casos.
Desinformação (do inglês, desinformation)
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O termo é usado para se referir às manipulações de informação como um todo. No entanto, a desinformação ocorre quando as informações são criadas e divulgadas de forma intencionalmente falsa com o objetivo de enganar ou manipular as pessoas. Ela também pode partir de uma informação verídica, que, em um algum ponto, foi propositalmente distorcida.
A desinformação é frequentemente disseminada por indivíduos ou organizações que buscam alcançar uma agenda específica, como uma meta política ou econômica. Ela pode assumir várias formas, incluindo as chamadas fake news (ou notícias falsas), as propagandas políticas, contas falsas de mídia social e imagens ou vídeos manipulados.
Informação incorreta (misinformation)
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A informação incorreta também é falsa, mas é compartilhada sem a intenção de causar danos; entretanto, acaba por fazê-lo, uma vez que é enganosa ou mal interpretada. Ela pode ser espalhada por indivíduos que acreditam genuinamente que a informação é verdadeira, uma vez que ela corrobora com suas crenças já estabelecidas.
Também pode se espalhar por meio das mídias sociais, nas quais são compartilhadas e amplificadas por pessoas com ideias parecidas — gerando “bolhas digitais”. A informação incorreta é especialmente prejudicial em áreas como a educação ou a pesquisa científica. Se informações falsas são apresentadas como verdadeiras, elas podem levar a conclusões equivocadas ou atrasos na descoberta de novos conhecimentos.
A informação incorreta pode se apresentar sob vários temas: assuntos relacionados à saúde (por exemplo, a busca por remédios caseiros cujos benefícios não foram comprovados pela Ciência), até teorias da conspiração (por exemplo, de que a pandemia de COVID-19 foi criada para implantar um regime autoritário em todo o mundo).
Má-informação (malinformation)
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Ocorre quando informações verdadeiras e sensíveis de uma pessoa são divulgadas sem sua permissão com o objetivo de causar danos à reputação e à privacidade. Neste caso, os dados podem ser editados seletivamente e são compartilhados para assediar e perseguir a vítima.
Isto também pode ocorrer com empresas: compartilhar informações falsas sobre um produto ou serviço, por exemplo, pode levar a danos à reputação do negócio ou causar prejuízos financeiros aos consumidores. Como a prática é facilitada pela internet, é comum que ocorra nesse meio, sendo considerada crime em muitos países.
Alguns exemplos de má-informação incluem: o doxxing, que é o ato vazar informações de identificação pessoal com o objetivo de humilhação pública ou intimidação; o phishing, que está associado à coleta indevida de dados, geralmente por meio de e-mails com links falsos; e o swatting, que se trata de uma falsa denúncia para enganar as autoridades públicas e intimidar a vítima.
Há também a pornografia de vingança, quando fotos e vídeos de teor sexual são publicados sem seu consentimento — ainda que este tenha concordado em se deixar filmar ou fotografar — com o objetivo de se vingar.
Em resumo: a desinformação é intencionalmente falsa; a informação incorreta é falsa, mas compartilhada sem a intenção de enganar, e a má-informação é o compartilhamento de informações verdadeiras com a intenção de causar dano ou engano.
Como os bibliotecários podem ajudar?
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A seguir, veja como esses profissionais podem desempenhar um papel vital no combate à desinformação, à informação incorreta e à desinformação:
1) Identificação de informações falsas: os bibliotecários podem educar as pessoas sobre como identificar e avaliar fontes de informação, identificar notícias falsas e verificar informações. Eles podem oferecer workshops e sessões de treinamento em alfabetização informacional para diferentes faixas etárias e comunidades.
2) Atuação nas redes sociais: as mídias sociais podem ser aliadas no compartilhamento de informações confiáveis, na hora de responder a perguntas e comentários e na conscientização da sociedade.
3) Estímulo do pensamento crítico: os bibliotecários podem promover discussões e o debate em torno de diferentes pontos de vista com o intuito de refletirem sobre o assunto. Organizar clubes do livro, grupos de discussão e outros eventos são formas eficazes de fazer as pessoas pensarem criticamente.
4) Colaboração com outras organizações: os bibliotecários podem trabalhar com outras organizações, como grupos de verificação de fatos, organizações jornalísticas e grupos comunitários. Eles também podem colaborar com educadores, pesquisadores e formuladores de políticas públicas para desenvolvimento de estratégias para o combate à desinformação.
5) Acesso às fontes de informação confiáveis: as bibliotecas podem oferecer acesso a bancos de dados, livros e periódicos que dão informações precisas e confiáveis. Eles também podem criar guias online e listas de recursos recomendados que as pessoas podem usar para pesquisar tópicos e verificar informações.
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