Terapia com plasma sanguíneo de convalescentes da COVID é segura, diz estudo
Um estudo brasileiro aponta que o tratamento realizado com plasma sanguíneo de convalescentes da COVID-19 é uma alternativa segura e pode trazer benefícios principalmente se aplicada nos dez primeiros dias de sintomas. Participaram do ensaio clínico 104 portadores da doença.
A técnica, autorizada no Brasil apenas para uso compassivo ou em pesquisa clínica, consiste em transfundir nos pacientes infectados um componente do sangue rico em anticorpos contra o vírus a ser combatido, obtido de doadores que já se recuperaram da doença infecciosa. A proposta é que os anticorpos doados ajudem na redução da carga viral no organismo, de maneira a evitar a evolução para um quadro mais grave.
“Como esperado, os pacientes com mais idade, os obesos e os portadores de comorbidades evoluíram pior, mas isso não tem relação com o tratamento. O que nos chamou a atenção foi que os voluntários que já apresentavam anticorpos próprios contra o SARS-CoV-2 antes de receberem a transfusão de plasma foram mais beneficiados pela terapia do que aqueles que não tinham anticorpos próprios. Esse achado parece ser inédito na literatura científica”, ressaltou o hematologista José Mauro Kutner, docente do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein e um dos autores do artigo.
A pesquisa foi conduzida pelos hospitais Israelita Albert Einstein e Sírio-Libanês, em colaboração com um grupo do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), e contou também com o apoio da FAPESP. Todas as conclusões podem ser encontradas na medRxiv — plataforma desenvolvida pelas editoras Cold Spring Harbor Laboratory Press e BMJ em conjunto com a Universidade de Yale —, em artigo ainda sem revisão por pares.
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