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Conheça um pouco mais sobre a prática, que ganhou espaço em meio a pandemia e veio para ficar (imagem: iStock). Conheça um pouco mais sobre a prática, que ganhou espaço em meio a pandemia e veio para ficar (imagem: iStock).
Telemedicina: pontos fortes e fracos da Medicina à distância
  • Artigo
  • Ciências da Saúde, Tecnologia
  • 06/04/2023
  • BMJ, BMJ Best Practice, DotLib, Medicina, Tecnologia, Teleconsulta, Telemedicina

O avanço global da COVID-19, que teve início em 2020, fez com que alguns setores se vissem desafiados a encontrar uma alternativa para que continuassem funcionando enquanto mantivessem o isolamento e distanciamento sociais para conter a transmissão do vírus.

O primeiro setor a sentir o impacto da pandemia, que trouxe novas e graves ameaças à saúde pública, foi a Medicina: para além do novo coronavírus, surgiram novos desafios no tratamento do HIV, uma preocupação ainda maior com a resistência microbiana e as possíveis sequelas da infecção viral.

Dessa forma, a logística de um atendimento médico teve que ser repensada dadas as altas taxas de contágio da COVID-19. Foi assim que a telemedicina na pandemia ganhou um impulso nunca registrado na modalidade. Em meio às restrições de atendimento, consultórios, hospitais e clínicas enxergaram o atendimento virtual como uma alternativa viável e mais segura durante esse período.

Em um salto para 2023, vimos que a telemedicina veio para ficar, especialmente entre os profissionais da saúde. Um estudo conduzido pela Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Queen Mary University of London (Reino Unido) mostrou que, em 2022, a telemedicina foi frequentemente usada: para conectar profissionais na discussão de casos clínicos (55%), em reuniões de serviço (48%) e na capacitação e atualização de conhecimentos (40%).

Pensando nisso, a Dot.Lib preparou este artigo com uma breve história da telemedicina no Brasil antes, durante e após a pandemia, além de trazer os pontos fortes e fracos desta prática.

A telemedicina no Brasil

Telemedicina: médico segurando um estetoscópio com a imagem da bandeira do Brasil e alguns símbolos dos meios digital e médico ao redor

Imagem: Canva.

Antes de entender o que aconteceu com a telemedicina durante a pandemia é importante entender um pouco do contexto da modalidade no Brasil. Antes do Ministério da Saúde decretar a chamada Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN), a prática da telemedicina não era autorizada no país.

No entanto, a telemedicina foi alvo de algumas polêmicas em 2019, quando o Conselho Federal de Medicina (CFM) publicou uma série de resoluções a respeito da abordagem. Tudo com a já revogada resolução CFM nº 2.227/2018, publicada em fevereiro de 2019, que regulamentava a telemedicina. A decisão permitiu a realização da primeira consulta médica à distância, além de ter autorizado diagnósticos e até mesmo cirurgias à distância.

Depois de uma série de protestos de diversos Conselhos Regionais e outros órgãos da categoria, o CFM recuou e, após 28 dias, revogou o despacho por meio da resolução CFM nº 2.228/2019 e a resolução CFM nº 1.643/2002, marco regulatório da telemedicina no Brasil, voltou a ser válida.

No entanto, esta foi anulada novamente pela resolução CFM nº 2.314/2022, que passou a definir a telemedicina como um serviço médico mediado por tecnologias de comunicação e regulamenta o uso das plataformas de atendimento digitais, bem como a segurança dos dados do paciente de acordo com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

A telemedicina na pandemia

Telemedicina: médica com uma máscara cirúrgica no rosto fazendo um teleatendimento durante a pandemia

Imagem: Canva.

Em meio a situação de calamidade pública que se estendeu por, pelo menos, 3 anos, as instituições de saúde tiveram que repensar suas logísticas de funcionamento e o CFM se viu na obrigação de rever suas resoluções sobre o atendimento médico à distância. Então, por meio do ofício CFM nº 1756/2020 de março de 2020, o Conselho autorizou em caráter de exceção o uso da telemedicina de maneira mais ampla no Brasil.

Em 2022, o conselho autorizou o uso da telemedicina nas seguintes categorias de: consulta, interconsulta, diagnóstico, cirurgia, monitoramento ou vigilância, triagem e consultoria. Na prática, as decisões do CFM reconhecem que a telemedicina foi e é uma importante aliada no combate à disseminação do vírus e na garantia de um sistema de saúde que funcione de modo seguro para todos.

Mas, assim como qualquer outra atuação, a telemedicina é uma prática que tem pontos positivos e negativos para sua utilização no dia a dia. Confira a seguir alguns dos prós e contras da prática.

Pontos fortes

Durante a pandemia, um dos pontos fortes da telemedicina estava justamente no atendimento à distância, o que possibilitou ao paciente consultas mais rápidas, em sua própria casa, sem risco de contágio. Atualmente, com pandemia sob controle devido à alta adesão às vacinas, o benefício se mantém para os pacientes por outros motivos: redução no custo e no tempo do deslocamento, atendimento feito em um ambiente seguro e fácil compartilhamento de dados necessários para a anamnese, prognóstico, diagnóstico e histórico médico.

Outro ponto positivo é o fácil acesso aos médicos especialistas, outrora difíceis de serem consultados. Em algumas cidades ou estados, as filas de espera para o atendimento presencial são grandes e podem ter impacto em tratamentos que já estão em andamento e necessitem de um especialista o quanto antes. Nesse sentido, o atendimento virtual permite que, mesmo com uma distância geográfica considerável, pacientes e médicos possam se conectar sem grandes dificuldades.

Pontos fracos

Entre os pontos negativos destacam-se os custos, principalmente para os gestores da área da saúde, que precisam investir nas tecnologias e demais equipamentos para a prática da Medicina virtual sem afetar a qualidade da atuação. Esses custos também podem se refletir para o cliente se repassados no valor das consultas, por exemplo.

Outros pontos negativos são a necessidade de um treinamento adequado para médicos e outros profissionais de saúde. A mesma lógica também se aplica aos pacientes, especialmente os mais idosos, que podem ter dificuldades no uso da tecnologia.

É importante lembrar que a telemedicina não veio para substituir o atendimento médico presencial, mas sim para complementá-lo, especialmente na fase da triagem. Assim, a depender dos sintomas e sinais apresentados pelo paciente, pode ser necessária uma análise presencial para que seja traçado um prognóstico o mais próximo possível da realidade.

Apesar de ser facilitado pelos meios digitais, há uma preocupação com a segurança e o sigilo dos dados compartilhados entre paciente e médico. De acordo com a resolução CFM nº 2.314/2022, estes dados devem estar sob a guarda do médico responsável. Por outro lado, ainda que não seja uma obrigação regulamentada, é recomendado que o paciente tome algumas precauções, como:

1) Não clicar em links suspeitos;

2) Não compartilhar seus dados em outra plataforma desconhecida;

3) Ter um antivírus ativo em seu dispositivo.  

Sobre a BMJ Best Practice

Telemedicina: duas médicas olhando um celular e o logo da BMJ Best Practice ao lado

Imagem: BMJ / Dot.Lib.

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Considerada um dos melhores recursos de suporte à decisão clínica para profissionais de saúde em todo o mundo, a Best Practice disponibiliza conteúdos atualizados sobre mais de 30 especialidades médicas. Além disso, foi desenvolvido com recursos que facilitam seu uso no local do atendimento, como guias com passo-a-passo das doenças, formulários para gestão de medicamentos, variedades de calculadoras médicas e rápido acesso aos dados em mais de 100 idiomas, incluindo o português brasileiro.

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