Peixe-leão domina litoral do Brasil e ameaça ecossistemas marinhos em oito estados
O Pterois volitans — mais conhecido como peixe-leão vermelho — tem se espalhado rapidamente pela costa brasileira desde os relatos mais recentes de sua aparição no país, em Fernando de Noronha, no ano de 2020. A espécie invasora originária do oceano Indo-Pacífico já foi encontrada no litoral de oito estados e têm preocupado cientistas por sua capacidade de se adaptar rapidamente aos novos ambientes marinhos, além de acabar com populações de espécies nativas na competição por comida e habitat e ser um peixe venenoso. De acordo com uma matéria publicada no Jornal da Unesp, a primeira aparição do peixe-leão no oceano Atlântico foi na Flórida (Estados Unidos), na década de 1990.
De lá para cá, a espécie chegou ao Caribe, onde se tornou uma praga, e foi identificada pela primeira vez na América do Sul, no litoral da Venezuela. Não se sabe ao certo como o animal de aparência exótica se espalhou pelo mundo: algumas das teorias mais aceitas estão relacionadas à liberação de peixes dos aquários diretamente no mar. Em seu habitat natural, o peixe invasor tem como predadores alguns tipos de garoupas e tubarões que não são encontrados no Brasil. Nesse sentido, o peixe-leão se torna ainda mais perigoso, uma vez que a espécie se reproduz muito rápido e, em águas brasileiras, não há predadores naturais que controlem seu crescimento populacional.
Outro ponto preocupante sobre o animal é seu apetite voraz. Um estudo de 2019 publicado no Journal of Experimental Biology, um periódico da The Company of Biologists, detalhou que o peixe-leão tem “uma fisiologia digestiva especializada que o permite comer grandes refeições”. O animal, que mede entre 35 e 47 centímetros, se alimenta de outros peixes e crustáceos de tamanho aproximado e consegue comer 20 peixes em cerca de 30 minutos. Os pesquisadores ainda não sabem qual é, de fato, o cardápio do peixe-leão no Brasil. Mas a estimativa é de que 20 espécies nativas estejam em risco, o que representa uma ameaça ao ecossistema.
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