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A ingestão do pó não diluído de shakes pré-treino pode causar alterações de humor e AVC por overdose de substâncias como a sinefrina (imagem: iStock). A ingestão do pó não diluído de shakes pré-treino pode causar alterações de humor e AVC por overdose de substâncias como a sinefrina (imagem: iStock).
Pediatras alertam sobre riscos do desafio “dry scooping” propagado em redes sociais
  • Notícia
  • Ciências da Saúde
  • 21/10/2021
  • Dry scooping, Desafio, Pediatria, DotLib

Um novo desafio proposto por jovens na rede social TikTok tem preocupado os pediatras: o dry scooping (ou "colherada seca", em tradução livre). A brincadeira, que os especialistas veem como perigosa, consiste em ingerir uma ou mais doses do pó de shake proteico pré-treino sem diluí-lo em água. São inúmeros os vídeos de adolescentes e crianças aderindo ao desafio, bem como adultos que alegam que esse método potencializa o efeito do produto. Em algumas publicações há, inclusive, a mistura do pó com álcool ou energéticos, o que aumentaria os riscos à saúde por interação de substâncias.

O estudo “Dry scooping e outros métodos perigosos de consumo pré-treino: uma análise quantitativa”, publicado pela American Academy of Pediatrics (AAP), discorre sobre a presença excessiva no pó de substâncias dos suplementos — como o whey protein e similares — que não são recomendadas aos jovens. Entre elas estão a sinefrina e a 1,3 dimetilamilamina que, em excesso, provocam desde alterações de humor até infarto e acidente vascular cerebral (AVC). A pesquisa também alerta que a ingestão do pó sem a diluição em água pode facilitar o consumo de doses maiores do que as aconselhadas e até mesmo provocar engasgos e inalação acidental do produto, trazendo riscos também para os adultos.

Outra problemática levantada pelo estudo é a necessidade de a comunidade médica acompanhar as redes sociais para estar ciente desses desafios e analisar seus riscos com antecedência, como afirma Nelson Chow, autor do estudo e pesquisador da Universidade de Princeton (Estados Unidos). “Pode ser difícil para os médicos identificar novas tendências que podem representar riscos à saúde entre os jovens. Considere, por exemplo, a atual difusão dos suplementos pré-treino e os métodos perigosos de seu consumo. Às vezes, a investigação de plataformas pouco ortodoxas como o TikTok pode render resultados valiosos”, explica Chow em comunicado à AAP.

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