Jarra de 2,3 mil anos usada em rituais é encontrada em escavações em Atenas
Uma jarra de cerâmica de 2.300 anos recentemente analisada por pesquisadores aponta crença dos cidadãos da Grécia Antiga em “magia”. O objeto foi encontrado no local que, no passado, foi a Ágora ateniense — espaço público de convivência no qual se realizavam diversas atividades coletivas, tais como feiras e eventos políticos. A análise apontou características que sugerem que o objeto seria parte de um ritual de maldição.
De acordo com estudo publicado no jornal JSTOR, a jarra estava perfurada por um grande prego de ferro que foi enterrado junto ao objeto e a uma moeda. Antes de ser enterrada, a vasilha foi pintada com inscrições de 55 nomes — supostamente das vítimas. Apesar do desgaste de milênios, era possível ler mais de uma vez a frase “nós amarramos”, cujo significado ainda é incerto. Dentro do objeto, havia ossos da cabeça e de membros inferiores de uma galinha que também estavam perfurados, indicando que as vítimas deveriam sofrer lesões nas respectivas partes do corpo.
Para a pesquisadora e autora do artigo que analisa a descoberta arqueológica, Jessica Lamont, essas características denotam que o artefato foi utilizado em um “ritual de amarração” com o objetivo de imobilizar física e mentalmente seus alvos. “O prego, comumente encontrado em rituais dessa época, tinha força inibidora e simbolicamente imobilizava ou restringia as faculdades das vítimas [da maldição]”, diz Lamont. Uma das hipóteses é a de que tal ação estaria relacionada a conflitos na cidade de Atenas, ocorridos há cerca de 2.300 anos, após a morte de Alexandre, o Grande, em 323 a.C.
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