Dificuldades de concentração e esquecimentos pontuais percebidos pelos pacientes estão relacionados à ansiedade e depressão, diz estudo (imagem: iStock).
JAMA: pesquisadores encontram possível ligação entre déficit cognitivo e COVID longa
Os cientistas da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, encontraram uma possível ligação entre sintomas de déficit cognitivo percebido pelos próprios pacientes e os sintomas da COVID-19 longa. De acordo com o estudo publicado no JAMA Network Open na última sexta-feira (05), esses problemas estão relacionados à ansiedade e depressão. Para detalhar essa relação, os pesquisadores entrevistaram 766 pacientes inscritos no programa ambulatorial da universidade que confirmaram a infecção sintomática por SARS-CoV-2.
As entrevistas ocorreram por telefone em 30, 60 e 90 dias após a alta hospitalar e os voluntários foram questionados se poderiam realizar atividades como correr, mover uma mesa ou subir um lance de escadas. Eles também responderam se continuaram a ter febre, calafrios, perda de olfato ou fadiga. Ainda, eles foram questionados sobre sua cognição: se eles tiveram problemas para se organizar ou se concentrar em atividades como assistir televisão ou ler um livro e até se esqueceram sobre o que discutiram em uma conversa telefônica durante as quatro semanas anteriores.
Os resultados mostraram que, durante a fase aguda da infecção ou nas semanas seguintes, 36,1% dos pacientes pesquisados perceberam que tinham dificuldades cognitivas. Além disso, esses eram duas vezes mais propensos a relatar sintomas físicos 60 a 90 dias após a infecção do que aqueles sem déficits cognitivos percebidos. Os pesquisadores afirmaram que o estudo tem limitações que incluem a falta de medidas objetivas de cognição e a falta de dados sobre a existência de depressão e ansiedade antes da infecção por COVID.
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