Estudo sugere que catástrofes como a do Rio Grande do Sul podem ser mais frequentes, caso não haja redução na emissão de gases do efeito estufa (imagem: iStock).
IET: enchentes devastadoras devem se tornar mais comuns no Brasil, alertam cientistas
Um estudo da World Weather Attribution (WWA) revela que as mudanças climáticas tornaram as recentes chuvas extremas no sul do Brasil duas a três vezes mais prováveis e 6% a 9% mais intensas. Em entrevista para o The Institution of Engineering and Technology (IET), os autores do estudo explicam que fenômenos como esse podem se tornar ainda mais frequentes se não houver uma redução significativa na emissão de gases causadores do efeito estufa. Paralelamente, um novo relatório da Agência Internacional de Energia (AIE) conclui que os países estão aquém das metas de energias renováveis para 2030.
“Na COP28, quase 200 países comprometeram-se a triplicar a capacidade mundial de energia renovável nesta década, o que é essencial para limitar o aquecimento global a 1,5°C”, disse Fatih Birol, diretor executivo da AIE. O relatório destaca a necessidade de planos claros e ações rápidas dos governos para alcançar essas metas. Tanto o estudo quanto o relatório ganharam ainda mais relevância após as chuvas sem precedentes no Rio Grande do Sul, cujas inundações catastróficas afetaram mais de 2,3 milhões de pessoas, entre desabrigados, desaparecidos e mortos.
Os serviços essenciais, como eletricidade e fornecimento de água, também foram interrompidos para centenas de milhares de famílias. Além dos danos diretos, as águas afetaram substancialmente a agricultura, a infraestrutura urbana e a indústria da região, sublinhando a necessidade de investimentos em planejamento urbano e reforço de infraestruturas contra inundações. O estudo da WWA apela aos governos para implementar medidas que mitiguem os impactos futuros, especialmente nas comunidades de baixos rendimentos, como aglomerados informais e aldeias indígenas.
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