Geological Society: fóssil de flor descoberto na China pode explicar o surgimento das angiospermas
Um fóssil de um botão de flor descoberto na China em janeiro deste ano pode ajudar a explicar o surgimento e evolução das angiospermas — plantas que dão flores e frutos. O registro geológico foi encontrado em um depósito com mais de 164 milhões de anos e em excelente estado de conservação, o que sugere que este grupo de plantas surgiu dezenas de milhões de anos mais cedo do que o pensado. Publicada na Geological Society of London, a descoberta ganhou o nome de Florigerminis jurassica e pode ser uma espécie representativa da transição das gimnospermas (plantas com sementes e sem flores) para as angiospermas.
O fato de o caule da planta estar ligado ao seu botão floral, a um fruto e a um galho cheio de folhas faz do fóssil um achado raro para os pesquisadores, uma vez que é difícil encontrar esse tipo de estrutura tão bem preservada em flores fossilizadas cuja origem seja anterior ao período Cretáceo. Os fósseis mais antigos de angiospermas não passam de 130 milhões de anos e estima-se que cerca de 20 a 30 milhões de anos após seu surgimento essas plantas frutíferas passaram a dominar os mais variados ecossistemas. Como esse tipo se adaptou e se tornou diverso tão rapidamente são mistérios evolutivos que o geólogo e biólogo britânico Charles Darwin morreu sem conseguir desvendar; entretanto, a resposta pode estar neste fóssil.
Os pesquisadores afirmam que são necessários mais estudos para entender a relação evolutiva dessas plantas, mas que a recente descoberta já é suficiente para “repensar a evolução das angiospermas”. Vale lembrar que o solo chinês já foi lar de outras importantes flores fossilizadas, como a Euanthus panii — também chamada de “a flor perfeita” por seu estado de preservação — descoberta em 2016 e datada do período Jurássico, e a Nanjinganthus, encontrada em 2018 e cuja idade é estimada em 174 milhões de anos; os botânicos ainda não entraram em consenso se ambas são, de fato, plantas angiospérmicas.
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