Doenças silenciosas para ficar atento – parte 1
As doenças assintomáticas são difíceis de serem identificadas e podem causar sérias complicações, por isso é preciso estar bem-informado. Normalmente, só se sabe que está doente quando os sintomas são manifestados de forma óbvia, como ocorre na gripe, por exemplo, com tosse, coriza e febre.
Mas as chamadas doenças silenciosas não costumam dar sinais claros e fáceis de identificar e, por isso, elas podem ser um perigo. É possível que o paciente fique anos sem apresentar nenhum sintoma ou apresente sinais pouco específicos, como mal-estar e cansaço.
A dificuldade de identificar essas enfermidades faz com que, muitas vezes, o diagnóstico só aconteça quando o quadro já está avançado, como em certos tipos de câncer. Esses quadros podem exigir um tratamento rápido ou até mesmo emergencial, com alto risco de ineficácia.
Considerando o nível de periculosidade dessas doenças e a dificuldade de serem detectadas, a Dot.Lib listou oito delas — que serão divididas em dois artigos — para que você fique atento. Nesta primeira parte, confira quatro condições.
Diabetes tipo 2
Imagem: Canva.
O diabetes tipo 2 é a versão da doença mais diagnosticada, representando cerca de 90% dos casos de diabetes no Brasil. A doença ocorre quando o corpo não consegue usar corretamente a insulina que produz. Ou quando o organismo não fabrica insulina suficiente para controlar o nível de glicose no sangue.
Em grande parte dos casos, o diabetes tipo 2 só é descoberta tardiamente quando os sintomas mais graves aparecem. Entre eles, estão os problemas na retina, insuficiência renal, má circulação sanguínea e doenças cardiovasculares. Muitas vezes, os sinais iniciais desta patologia — que incluem boca seca, urina em excesso, cansaço, visão turva e tonturas — acabam passando despercebidos pelos pacientes.
O diagnóstico é feito por meio de exame para identificar o nível de glicose no sangue após 8 horas de jejum ou do teste de hemoglobina glicada que mostra a quantidade de açúcar no sangue. Quando descoberta no início, a doença pode ser, a depender da gravidade, controlada com atividade física e restrições alimentares, sem a necessidade de uso de medicamentos.
Hepatite C
Imagem: Canva.
Esta doença infecciosa é causada pelo vírus VHC e afeta, sobretudo, o fígado. O contágio se dá por meio do contato com sangue contaminado, que pode ocorrer ao compartilhar seringas, na transfusão de sangue ou relação sexual. Outra forma de transmissão é o contágio de mãe para filho, durante a gravidez ou parto.
Cerca de 15% das pessoas portadoras do VHC desenvolvem sintomas agudos da hepatite C; entretanto, muitos deles podem ser imprecisos, tais como falta de apetite, fadiga, náuseas, dores musculares ou nas articulações, e perda de peso. Dos enfermos, 80% acabam contraindo uma infecção crônica.
A forma crônica da hepatite C é uma das doenças mais sorrateiras, uma vez que pode ficar incubada por mais de 20 anos. Em geral, os pacientes só descobrem a doença quando complicações mais graves surgem: insuficiência hepática, câncer no fígado e até mesmo cirrose — ainda que haja ingestão frequente de bebidas alcoólicas.
O principal exame para diagnosticar a hepatite C é a pesquisa de anti-VHC, que verifica o nível de anticorpos contra o vírus. A doença também pode ser descoberta por meio de exame de sangue ou de demais procedimentos para investigar outras doenças. Uma vez que não existe vacina contra hepatite C, a prevenção consiste basicamente em conhecer as formas de transmissão dessa patologia e evitá-las.
Hipertensão arterial
Imagem: Canva.
Popularmente conhecida como pressão alta, a hipertensão é uma doença crônica que faz com que a pressão sanguínea nas artérias fique constantemente alta. A pressão é considerada alta quando os valores máximos e mínimos são iguais ou ultrapassam os 140/90 mmHg (ou 14 por 9).
A hipertensão faz com que o coração precise de muito esforço para bombear o sangue pelo corpo. Ou seja, eventualmente a doença pode ser fatal, pois o indivíduo corre o risco de desenvolver problemas mais graves como acidente vascular cerebral (AVC), infartos e doenças renais. Os sintomas só costumam aparecer quando a pressão está muito alta, podendo ocorrer dores no peito, dor de cabeça, tonturas e fraqueza.
Em cerca de 90% dos casos, a doença é herdada dos pais. Outros fatores que influenciam a pressão arterial são: tabagismo, excesso de sal na dieta, sedentarismo, obesidade e estresse. Uma vez que seus sintomas não são muito precisos, é muito importante aferir a pressão arterial com frequência e realizar exames de sangue periodicamente, de acordo com a indicação médica.
Osteoporose
Imagem: Canva.
Caracterizada pela diminuição da massa óssea, a osteoporose é uma doença inicialmente assintomática que torna os ossos porosos e fracos. O corpo humano possui um sistema próprio de recuperação constante dos ossos. Mas com a idade, essa estrutura vai se enfraquecendo, levando à perda de densidade óssea. Em geral, a doença só é percebida quando ocorre alguma fratura.
Vários fatores podem levar à osteoporose, tais como a genética, sedentarismo, tabagismo, abuso de álcool e a falta de consumo de vitamina D e cálcio. A doença é mais comum em mulheres idosas já que, com a chegada da menopausa, ocorre uma queda na produção de estrogênio, importante hormônio para manutenção dos ossos.
O diagnóstico se dá por meio do exame de densitometria óssea. Quando diagnosticada, a pessoa deve adotar uma dieta adequada, realizar exercícios físicos e evitar quedas. O tratamento foca em evitar novas fraturas, diminuir a dor e manter o corpo em funcionamento.
A importância de uma vida saudável
Como vimos acima, uma dieta equilibrada, a prática de exercícios físicos e hábitos saudáveis estão ligados tanto à prevenção como ao tratamento de diversas doenças. Desenvolver hábitos saudáveis é sempre o melhor caminho para manter a saúde e reduzir o risco de doenças.
Essa mudança de estilo de vida pode ser feita aos poucos, com atividades físicas leves — como pequenas caminhadas diárias – e certamente levará a uma vida mais saudável. Fazer check-ups de saúde e exames de rotina podem proporcionar um diagnóstico precoce e aumentar as chances de tratamento e/ou cura.
Sobre a BMJ Best Practice
Imagem: Dot.Lib / BMJ Best Practice.
Este artigo tem como referência a BMJ Best Practice, uma solução on-line com acesso rápido a informações recentes e baseadas em evidências sobre diagnósticos, tratamentos, gestão e prevenção para equipes multiprofissionais de Saúde. Seu conteúdo é editado pelo BMJ Group, um dos mais conceituados provedores de materiais científicos na área de Medicina.
Considerada um dos melhores recursos de suporte à decisão clínica para profissionais de saúde em todo o mundo, a Best Practice disponibiliza conteúdos atualizados sobre mais de 30 especialidades médicas. Além disso, foi desenvolvido com recursos que facilitam seu uso no local do atendimento e na educação do paciente sobre seu quadro e tratamentos como: guias com passo-a-passo das doenças, formulários para gestão de medicamentos e muito mais.
Se você se interessou pela BMJ Best Practice ou quer conhecer os demais recursos do portfólio da BMJ, contate-nos pelo info@dotlib.com ou preencha o formulário clicando aqui. Para mais dicas como essas, siga-nos nas redes sociais, acompanhe o nosso blog e fique ligado nos tutoriais publicados na Dot.Lib TV, o canal oficial da Dot.Lib no YouTube.
Dot.Lib
A Dot.Lib distribui conteúdo online científico e acadêmico a centenas de instituições espalhadas pela América Latina. Temos como parceiras algumas das principais editoras científicas nacionais e internacionais. Além de prover conteúdo, criamos soluções que atendem às necessidades de nossos clientes e editoras.