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Saiba como ocorre a condição, como esses medicamentos ajudam a tratá-la e entenda como o Cognys Meds pode ajudar em sua correta administração (imagem: Canva). Saiba como ocorre a condição, como esses medicamentos ajudam a tratá-la e entenda como o Cognys Meds pode ajudar em sua correta administração (imagem: Canva).
Corticoides e o choque séptico
  • Artigo
  • Ciências da Saúde, Tecnologia
  • 26/04/2024
  • Choque séptico, Cognys Meds, Corticoides, DotLib, Farmácia clínica, Sepse

O processo inflamatório é a reação essencial de defesa do nosso corpo e acontece nas mais variadas agressões: traumas, infecções, alergias, doenças autoimunes ou malignas, entre outras. No entanto, a inflamação pode ser excessiva e até mesmo se voltar contra o nosso próprio organismo. Nesse caso, o uso de um anti-inflamatório potente, como o corticoide (ou corticosteroides), muitas vezes é necessário.

Justamente por serem medicamentos potentes e com uma ampla gama de indicações, é necessário redobrar a atenção no uso dos corticoides. Isso não só garante a segurança e eficácia do tratamento, como também pode evitar o uso abusivo do fármaco por automedicação e suas consequentes complicações.

Considerando o potencial dos corticoides na prática clínica, a Dot.Lib preparou esse conteúdo para manter os profissionais da Saúde bem-informados sobre a utilização desses medicamentos, sobretudo nos casos em que o quadro inflamatório pode evoluir para um choque séptico. Mas antes de tudo, é necessário entender o que são sepse e choque séptico.

Sepse e choque séptico: diferenças

Corticoides: foto de bactérias vistas pelo microscópio.

As bactérias são as principais causadoras de choque séptico e sepse (imagem: Canva).

A sepse é uma resposta potencialmente fatal do corpo a uma infecção. Quando o sistema imunológico do corpo reage a uma infecção, pode resultar em uma cascata de eventos que levam à inflamação generalizada, disfunção de órgãos e, em alguns casos, à morte. A sepse é uma emergência médica que requer tratamento imediato.

Já o choque séptico é uma forma grave de sepse caracterizada por pressão arterial muito baixa que não responde adequadamente ao tratamento. Isso pode levar a uma falta de fluxo sanguíneo adequado para os órgãos vitais, causando disfunção orgânica grave e até mesmo falência de múltiplos órgãos.

Os sintomas de sepse e choque séptico podem incluir febre, frequência cardíaca elevada, respiração rápida, pressão arterial baixa, confusão, diminuição da produção de urina e alterações no estado mental.

Corticoides: o que são e tipos

Corticoides: representação simulada das glândulas suprarrenais no corpo humano.

Os pontos em vermelho são as glândulas suprarrenais, onde os corticoides são naturalmente produzidos no corpo humano (imagem: Canva).

Os corticoides são uma classe de hormônios esteroides produzidos naturalmente pelo córtex adrenal, uma parte das glândulas suprarrenais localizada acima dos rins. Eles desempenham uma variedade de funções importantes no corpo humano, incluindo a regulação do metabolismo, resposta imunológica, controle do estresse e manutenção da pressão arterial.

Essa classe de hormônios é subdividida em três principais tipos, com base em suas funções biológicas:

- Mineralocorticoides: assim como a aldosterona, são responsáveis pela regulação do equilíbrio eletrolítico e dos fluidos do corpo, principalmente controlando a quantidade de sódio e potássio nos rins;

- Glicocorticoides: como o cortisol (também conhecido como hidrocortisona), estão envolvidos em uma ampla variedade de processos fisiológicos, incluindo a regulação do metabolismo de carboidratos, proteínas e gorduras, a supressão da resposta imunológica e a resposta ao estresse;

- Androgênios adrenais: como a desidroepiandrosterona (DHEA), têm efeitos androgênicos (hormonais masculinos) fracos, mas desempenham papéis importantes no desenvolvimento sexual e outras funções metabólicas.

Indicações

Os corticoides têm uma ampla gama de usos terapêuticos na prática clínica, incluindo:

1) Redução da inflamação: os corticoides são frequentemente prescritos para reduzir a inflamação em condições como artrite reumatoide, lúpus, doenças inflamatórias intestinais (como a doença de Crohn e a colite ulcerativa), asma e muitas outras;

2) Supressão do sistema imunológico: em muitas doenças autoimunes, como lúpus e artrite reumatoide, o sistema imunológico ataca erroneamente o próprio corpo. Os corticoides podem ajudar a suprimir essa resposta imunológica;

3) Tratamento de alergias: os corticoides podem ser prescritos para tratar alergias graves, como asma induzida por alergia, rinite alérgica e reações alérgicas cutâneas;

4) Controle de condições dermatológicas: certas condições de pele, como eczema, psoríase e dermatite de contato, podem ser tratadas com corticoides tópicos ou sistêmicos;

5) Tratamento de doenças respiratórias: os corticoides inalados são frequentemente prescritos para tratar condições respiratórias crônicas, como asma e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Além disso, os corticoides — especialmente os glicocorticoides — se mostraram eficazes no tratamento da COVID-19 grave;

6) Redução de náuseas e vômitos: o fármaco também pode ser utilizado em combinação com outros para controlar náuseas e vômitos em pacientes submetidos a quimioterapia ou radioterapia;

7) Supressão de reações alérgicas em transplantes: nesse caso, os corticoides são frequentemente utilizados para suprimir a resposta imunológica do receptor ao órgão transplantado;

Corticoides na sepse

Apesar de muito estudado, o uso de corticoides em casos de sepse e choque séptico ainda gera discussões, já que as evidências sobre os benefícios e/ou malefícios são mistas. Há evidências que indicam redução de mortalidade com o uso, mas não há definição clara sobre a recomendação.

O periódico The BMJ publicou um gráfico interativo apresentando as evidências e concluindo que ambas as abordagens (com e sem corticoides) são válidas, e que frequentemente deve-se considerar as perspectivas e valores do paciente na decisão de seguir com essa terapêutica.

Mecanismos de ação

Os corticoides são prescritos com frequência para atuar na modificação da resposta imune do organismo. Esse processo se dá por meio do bloqueio da cascata do ácido araquidônico, inibindo a fosfolipase A2 e as COXs. Eles também reduzem a produção de mediadores pró-inflamatórios, como TNF-α e interleucinas, e afetam as células sanguíneas, diminuindo macrófagos, eosinófilos e linfócitos, enquanto aumentam neutrófilos. 

Após a absorção, os corticoides são transportados ligados a proteínas plasmáticas e entram nas células por difusão. Sua meia-vida é curta, mas os efeitos biológicos podem durar horas. São metabolizados no fígado e excretados pelos rins.

Vias de administração

Corticoides: um mosaico com quatro imagens representando as vias de administração dos corticoides (um tubo de pomada, pílulas, injeção e nebulizador).

Imagem: Canva.

Os corticoides podem ser administrados de várias maneiras, dependendo da condição médica a ser tratada, da gravidade da condição e das necessidades individuais do paciente. Aqui estão os principais modos de administração dos corticoides:

Via oral: por meio de comprimidos ou cápsulas, essa é uma forma comum de administração para o tratamento de condições como artrite reumatoide, asma, doença inflamatória intestinal, entre outras;

Via tópica: para condições dermatológicas, como eczema, psoríase, dermatite de contato e outras condições da pele, os corticoides podem ser aplicados diretamente na pele na forma de cremes, loções, géis, sprays e pomadas. Isso permite que o medicamento seja aplicado diretamente na área afetada da pele, proporcionando alívio localizado;

Injeção: em certas situações, os corticoides podem ser administrados por injeção diretamente no local afetado. Isso pode incluir injeções intra-articulares para tratar condições como artrite, injeções intramusculares para tratar inflamações agudas ou crônicas ou injeções intralesionais para tratar condições de pele específicas;

Via intravenosa: indicada em emergências ou quando é necessária uma resposta rápida, essa forma de administração permite que o medicamento entre diretamente na corrente sanguínea. O corticoide intravenoso é comumente usado no tratamento de crises de asma grave, choque séptico ou outras condições críticas;

Via inalatória: para tratar condições respiratórias como asma e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), os corticoides podem ser administrados por inalação por meio de aerossóis ou nebulizadores. Dessa forma, o medicamento vai diretamente aos pulmões, onde pode ajudar a reduzir a inflamação e melhorar os sintomas respiratórios.

Efeitos colaterais

Os efeitos colaterais mais comuns observados a curto prazo são: fraqueza muscular, alterações metabólicas, redução da imunidade, aumento do açúcar no sangue, alterações no comportamento incluindo mudanças de humor com irritabilidade e agitação, apetite extremo, retenção de líquidos, ganho de peso e sangramento intestinal.

Já a longo prazo, os efeitos mais observados são: catarata e glaucoma, osteoporose e fraturas, diabetes, hipertensão, aterosclerose, doenças cardíacas, depressão, gastrite e úlceras, redução da capacidade de cicatrização e atrofia na pele (com o uso prolongado de cremes e pomadas), queda da imunidade e maior suscetibilidade a infecções graves, alterações na forma de rosto e corpo, insuficiência suprarrenal, redução no crescimento (em crianças), entre outros.

Atenção!

Corticoide: um triângulo amarelo com sinal de exclamação ao centro, representando um alerta.

Imagem: Canva.

Como regra geral, os corticoides não devem ser tomados por um período maior do que 7 a 10 dias e a interrupção do tratamento não pode ser repentina. Caso isso aconteça, há risco de insuficiência suprarrenal com choque séptico e necessidade de internação do paciente em unidade de terapia intensiva. Após esse prazo, a retirada deverá ser gradual e orientada por um profissional.

Interações medicamentosas importantes

Quando utilizado com anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), os corticoides elevam o risco de interações medicamentosas que podem resultar em ulcerações pépticas e sangramentos gastrointestinais. Além disso, potencializam a hipocalemia em pacientes que estejam fazendo uso de agonistas beta-2, teofilina ou tiazídicos. Seu efeito e eficácia pode ser reduzido por medicamentos como fenitoína, carbamazepina e rifampicina. Por fim, sua utilização pode reduzir a resposta imune do organismo às vacinas.

Como evitar a interação medicamentosa com corticoides?

Corticoide: logo do Cognys Meds.

Imagem: Cognys Meds / Dot.Lib.

Para automatizar e facilitar o processo de análise de interações medicamentosas com agilidade, eficiência e segurança para a prática clínica farmacológica, o Cognys Meds conta com uma ferramenta exclusiva de Interação Medicamentosa. Por ela, o profissional é alertado sobre possíveis conflitos e riscos com interações entre fármacos presentes na sua Lista de Medicamentos do Paciente (LIMPA), outra funcionalidade do Cognys Meds.

Já o Bulário Cognys dá acesso às bulas dos medicamentos, que são constantemente atualizadas com base no acervo de bulas da Anvisa. Por ele, é possível verificar informações como o nome comercial do medicamento, a data da última atualização sobre a respectiva bula, seu princípio ativo e o fabricante. Por último e não menos importante, há também o Dose Minmax: uma ferramenta que fornece ao profissional de saúde as faixas de dosagem mais comuns com informações relevantes e baseadas em evidências para otimizar a tomada de decisões e as ações clínicas.

Os recursos disponíveis no Cognys Meds otimizam o tempo e a produtividade do profissional, além de proporcionar mais segurança ao paciente. Os benefícios do produto, que conta com a tecnologia da Merative Micromedex, impactam direta e positivamente a qualidade do atendimento e a performance do farmacêutico e equipe médica em atuação.

Veja, a seguir, os primeiros passos para o uso dessa que é a solução perfeita não só para farmacêuticos, mas também para médicos, enfermeiros e demais profissionais e pesquisadores da Saúde.

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