Confira os artigos mais lidos no JAMA Clinical Pharmacy Collection em dezembro de 2024
Com o intuito de te manter atualizado com o que há de melhor na pesquisa científica, a Dot.Lib traz mensalmente os conteúdos mais lidos em renomados periódicos de Farmácia e Farmacologia. A seguir, confira os artigos mais acessados do JAMA Clinical Pharmacy Collection em maio.
1) Impacto da farmacogenética no tratamento do câncer gastrointestinal
Uma análise secundária do estudo clínico PREPARE investigou o impacto da prescrição baseada em testes farmacogenéticos DPYD e UGT1A1 no tratamento de 563 pacientes com câncer gastrointestinal. Os resultados mostraram que a abordagem personalizada reduziu em 90% o risco de efeitos tóxicos graves em comparação ao tratamento padrão.
Além disso, pacientes no braço de intervenção apresentaram menor necessidade de hospitalizações e menores custos associados a efeitos adversos. A intensidade do tratamento e a sobrevida global de três anos não foram prejudicadas, enquanto a qualidade de vida foi significativamente melhorada no grupo submetido ao protocolo farmacogenético.
Os testes baseados em variantes acionáveis de DPYD e UGT1A1 permitiram ajustes personalizados de doses de fluoropirimidinas e irinotecano, aumentando a segurança sem comprometer a eficácia do tratamento. Com esses achados, o estudo reforça a viabilidade da integração de estratégias farmacogenéticas no manejo clínico de pacientes oncológicos. A abordagem não só melhorou a segurança como também otimizou os desfechos relacionados à qualidade de vida, representando um avanço significativo na personalização do tratamento para câncer gastrointestinal.
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2) Associação de osimertinibe a eventos cardíacos em pacientes com câncer de pulmão
Pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas mutante do EGFR tratados com osimertinibe apresentaram uma incidência significativamente maior de eventos cardíacos relacionados à terapia do câncer (CTRCEs) comparados com os tratados com outros inibidores da tirosina quinase do EGFR (EGFR TKIs). Foi o que sugeriu um estudo de coorte realizado em Taiwan realizado com 401 pacientes, dos quais 14,9% dos que receberam osimertinibe desenvolveram CTRCEs, em contraste com 4,4% dos tratados com outros TKIs.
Esses eventos, que incluem arritmias, insuficiência cardíaca e infarto do miocárdio, foram associados de forma independente à redução na sobrevida global, mesmo após ajustes para fatores de risco cardiovascular. Os achados ressaltam a necessidade de monitoramento cardíaco rigoroso em pacientes que utilizam osimertinibe, independentemente de condições cardiovasculares preexistentes.
Embora o medicamento ofereça benefícios significativos à sobrevida, sua toxicidade cardíaca destaca a importância de estratégias preventivas e acompanhamento clínico em populações vulneráveis. A isso, considera-se a alta prevalência de mutações do EGFR em populações asiáticas, como a de Taiwan.
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3) Risco de hemorragia intracraniana entre anticoagulantes orais diretos e antiplaquetários de agente único
A terapia com anticoagulantes orais diretos (DOACS, em inglês) não está associada a um aumento significativo no risco de hemorragia intracraniana em comparação com a terapia antiplaquetária de agente único. Essa foi a conclusão de uma meta-análise com revisão sistemática de nove ensaios clínicos randomizados envolvendo 45.494 pacientes. A taxa de hemorragia intracraniana foi de 0,55% para DOACs e 0,48% para antiplaquetários, com uma razão de chances de 1,15, confirmando a segurança dos DOACs nesse aspecto.
A análise individual por agente mostrou heterogeneidade, com rivaroxabana apresentando maior risco de hemorragia intracraniana, enquanto dabigatrana e apixabana tiveram resultados neutros ou favoráveis. Apesar de uma maior probabilidade de hemorragias graves em pacientes tratados com DOACs, os anticoagulantes apresentaram taxas mais baixas de acidente vascular cerebral isquêmico, destacando sua eficácia preventiva.
Esses achados reforçam a segurança do uso de DOACs em relação ao risco de hemorragia intracraniana e respaldam as diretrizes clínicas atuais para o manejo de fibrilação atrial, sugerindo que, para muitos pacientes, os benefícios desses agentes superam os riscos de complicações hemorrágicas.
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