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Cinco perguntas e respostas sobre o tratamento de COVID-19 pela medicina natural
  • Artigo
  • Ciências da Saúde, COVID-19
  • 19/11/2021
  • Medicina Natural, Tratamento, DotLib

Muitas pessoas são adeptas do tratamento de doenças por vias naturais por meio de chás, frutas, extratos de plantas, entre outros. Quem nunca recorreu às famosas receitinhas caseiras de xarope de alho ou misturas de suco de laranja com mel e própolis para curar ou aliviar os sintomas de uma gripe, por exemplo?

Ainda que uma dieta balanceada forneça muitos dos nutrientes necessários para a prevenção ou cura de certas doenças, nem todas podem ser tratadas somente por remédios naturais.

Com a pandemia de COVID-19, muitas dúvidas a respeito da aplicação da medicina natural ressurgiram. Assim, a Dot.Lib e a Natural Medicines trouxeram cinco perguntas e suas respectivas respostas sobre o papel dos remédios naturais no tratamento contra a infecção causada pelo SARS-CoV-2.

É importante lembrar que, na ciência, nada é conclusivo e as informações aqui contidas podem mudar de acordo com novos estudos. Então continue a leitura e saiba o que os pesquisadores descobriram até o momento sobre a medicina natural no combate à COVID-19.

1) Remédios naturais podem interagir com as vacinas ou tratamentos contra a COVID-19?

A agência norte-americana de segurança alimentar e farmacológica (FDA, na sigla em inglês) emitiu uma autorização para uso emergencial do medicamento baricitinibe em combinação com o remdesivir para tratar a COVID-19. O baricitinibe é um substrato do OAT3, uma proteína responsável pelo transporte de ânions orgânicos (ou seja, de alguns fármacos), e o ajuste da dose é recomendado quando usado com inibidores fortes do OAT3. 

A quercetina um flavonóide presente em alimentos como maçã, cebola e brócolis — tem sido elogiada em combinações de “coquetéis” para COVID-19, mas mostrou forte potencial de inibição do OAT3 in vitro. Existem também algumas evidências teóricas de que ele pode interagir com o remdesivir. Embora essas sejam apenas interações teóricas neste ponto, é algo a se observar, especialmente em pacientes com insuficiência renal e COVID-19 grave.

Ainda não há certeza se os anti-inflamatórios reduzem a resposta imune às vacinas contra a COVID-19, pois os dados sobre interação são limitados e os imunizantes estão em escassez. No entanto, é indicado evitar o uso de quaisquer suplementos anti-inflamatórios naturais, como  açafrão ou  gengibre, em quantidades maiores do que as indicadas em uma dieta balanceada no dia da vacinação. 

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2) Extrato de oleandro (espirradeira) é eficaz contra a COVID-19?

Algumas páginas e perfis em redes sociais têm espalhado que a oleandrina, um produto químico extraído do oleandro (também conhecido como espirradeira), tem potencial para tratar a COVID-19. Trata-se de um arbusto florido famoso por ser usado como veneno e NÃO deve ser tomado como remédio caseiro para a COVID-19.

Além de não haver evidência científica que ateste a eficácia da substância contra a COVID-19, a planta contém glicosídeos cardíacos que têm efeitos semelhantes aos da medicação prescrita, a digoxina. Tomar qualquer parte da planta via oral pode causar uma ampla gama de efeitos tóxicos, incluindo vômitos, paralisia respiratória, problemas cardíacos graves e morte.

É importante lembrar que, mesmo se apresentando em produto homeopático, o extrato pode estar tão diluído que as doses do ingrediente ativo podem ser indetectáveis e, portanto, seus efeitos são incertos.

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3) Vitamina C pode aumentar a imunidade e ajudar a proteger contra a COVID-19?

Com relação à vitamina C, há a preocupação de que algumas populações não consumam o suficiente em sua dieta, o que pode reduzir a função imunológica. Alguns especialistas estão sugerindo 200 mg de vitamina C por dia para prevenir da COVID-19 e 1 a 2 gramas por dia para tratá-la.

Mesmo que as dosagens provavelmente sejam seguras, ainda não há evidências fortes de que possam tratar ou prevenir COVID-19. Por vias naturais, os pacientes podem adicionar mais vitamina C à dieta: por exemplo, comer uma xícara de morangos e uma laranja por dia deve ser suficiente para obter 200 mg do nutriente.

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4) Vitamina B7 pode alterar os resultados do teste para a COVID-19?

Os falsos resultados dos testes são uma preocupação constante durante a pandemia de COVID-19. Agora, alguns especialistas estão alertando que os suplementos de vitamina B7 — também conhecida como biotina — podem interferir nos testes de anticorpos para a doença.

De fato, muitos testes de laboratório usam biotina, então é bem conhecido que ingeri-la em altas quantidades pode distorcer resultados de laboratório, assim como gerar falsos positivos em níveis altos para muitas substâncias, incluindo tiroxina, progesterona, estradiol e testosterona.

Há também o receio de que a vitamina B7 possa interferir no Elecsys Anti-SARS-CoV-2, um teste de anticorpos amplamente usado para determinar se um paciente foi exposto e desenvolveu anticorpos contra o vírus SARS-CoV-2. O que se sabe até o momento é que, uma dose única de até 300 mg da substância não parece interferir com este teste específico. Mas a interferência pode ser possível em pacientes que têm tomado biotina por um longo prazo.

Isso não foi confirmado em humanos, mas como outros testes de laboratório se mostraram afetados pela biotina, os pacientes devem parar de tomar suplementos com a substância 72 horas antes da sua realização. Esse alerta está relacionado apenas aos testes de anticorpos (feitos com amostras de sangue), não aos testes usados ​​para diagnosticar uma infecção COVID-19 ativa (como o de esfregaço).

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5) Cúrcuma, equinácea e alcaçuz interferem na resposta imunológica e inflamatória do corpo à infecção pelo SARS-CoV-2?

Alguns especialistas estão alertando que vários medicamentos naturais — incluindo cúrcuma, equinácea, alcaçuz e outros — podem interferir na resposta imunológica e inflamatória do corpo à infecção pelo SARS-CoV-2.

Esses alimentos têm propriedades anti-inflamatórias semelhantes aos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs). Alguns meses atrás, o ministro da saúde da França afirmou que tomar esse tipo de anti-inflamatório pode aumentar o risco de COVID-19 grave. Mas, atualmente, não há nenhuma evidência forte que apoie essa afirmação.

Os pesquisadores e médicos ainda acreditam que os AINEs podem ser considerados para uso em pacientes com COVID-19, assim como seriam para qualquer outra febre ou infecção.

As autoridades de saúde francesas também alertam que alguns ingredientes podem afetar negativamente a resposta imunológica do corpo ao COVID-19, entre os quais constam: unha de gato, erva-ulmária, bétula e várias outras plantas que contém derivados do ácido salicílico. É importante observar que os dados in vitro, e não os dados clínicos, são a base para essas advertências.

Não há nenhuma boa evidência de que quaisquer ervas ou suplementos interfiram na resposta do corpo ao COVID-19. Por outro lado, não há dados suficientemente consistentes para apoiar o uso de qualquer um desses medicamentos naturais para o tratamento ou prevenção da doença.

Para ler o artigo na íntegra, clique aqui.

*Conteúdo parcialmente traduzido da seção “Natural Medicines and COVID-19”, do portal oficial da Natural Medicines.

**ATENÇÃO: as descrições e os dados contidos neste artigo são apenas para fins informativos e não substituem uma consulta, um diagnóstico ou tratamento realizados por médicos especialistas.

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