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Fique por dentro dos últimos estudos apresentados e debatidos em um dos maiores eventos dedicados ao tema (imagem: Alzheimer's Association AAIC 22). Fique por dentro dos últimos estudos apresentados e debatidos em um dos maiores eventos dedicados ao tema (imagem: Alzheimer's Association AAIC 22).
AAIC 2022: principais avanços científicos na luta contra o Alzheimer
  • Artigo
  • Ciências da Saúde
  • 12/08/2022
  • AAIC2022, Doença de Alzheimer, DotLib, Pesquisa Científica

Um dos principais eventos anuais sobre Alzheimer e demência no mundo, a Alzheimer’s Association International Conference (AAIC) sempre destaca os resultados de uma variedade de ensaios clínicos que promovem avanços em métodos de diagnósticos, tratamentos e resultados de ensaios clínicos. A edição deste ano aconteceu virtual e presencialmente em San Diego, na Califórnia (Estados Unidos) e atraiu mais de 9,5 mil participantes e mais de 4 mil apresentações científicas com debates sobre as últimas pesquisas na área.

Entre os temas discutidos na conferência estão o impacto do racismo no declínio da memória e outras capacidades cognitivas, a relação entre distúrbios hipertensivos durante a gravidez e risco de demência, a perda olfativa pela COVID-19 e consequente déficit cognitivo e risco de demência em idosos, entre outros. A seguir, confira as últimas descobertas apresentadas no evento.

Racismo e declínio cognitivo acelerado

Homem negro idoso triste

Imagem: iStock

Em um estudo com quase mil adultos de meia-idade (55% latinos; 23% negros; 19% brancos), a exposição ao racismo interpessoal e institucional foi associada a pontuações mais baixas de memória. As associações foram mais fortes em indivíduos negros. Experiências de racismo estrutural foram associadas a menor memória episódica entre todos os grupos raciais e étnicos incluídos no estudo.

Realizado com 445 pessoas asiáticas, negras, latinas, brancas e multirraciais com 90 anos ou mais, o estudo mostrou que indivíduos que sofreram ampla discriminação ao longo da vida tiveram memória de longo prazo mais pobre no final da vida em comparação com aqueles que sofreram pouca ou nenhuma discriminação.

Distúrbios hipertensivos na gravidez e risco de demência

Mulher grávida em repouso e medindo a pressão sanguínea

Imagem: iStock

Os distúrbios hipertensivos da gravidez — condições de pressão alta, incluindo hipertensão crônica ou gestacional e pré-eclâmpsia — têm sido fortemente associados às doenças cardíacas na vida adulta. Anteriormente, poucas pesquisas conectaram esses distúrbios à cognição. No entanto, estudos apresentados na AAIC 2022 mostraram que mulheres com histórico de distúrbios eram mais propensas a desenvolver demência vascular na velhice, em comparação com mulheres que tiveram gestações não hipertensivas. A condição leva ao bloqueio ou redução do fluxo sanguíneo para o cérebro, resultando perda das habilidades relacionadas ao pensamento

A pressão alta durante a gravidez também foi associada às alterações na matéria branca cerebral, um marcador biológico de declínio cognitivo acelerado, 15 anos após a gravidez. Outro estudo mostrou que mulheres com pré-eclâmpsia grave apresentaram níveis significativamente mais altos de beta-amiloide no sangue comparadas às que passaram por gestações não hipertensas. A presença aumentada destes peptídeos indica alteração cerebral relacionada à doença de Alzheimer.

Perda olfativa por COVID-19 e problemas cognitivos de longa duração

Menina tentando sentir o odor de uma laranja

Imagem: Canva

Novos insights sobre fatores que podem prever, aumentar ou proteger contra o impacto do COVID-19 e da pandemia na memória e nas habilidades de pensamento foram revelados por vários estudos na AAIC 2022. Pesquisadores argentinos descobriram que a perda persistente do olfato pode ser um preditor mais objetivo do comprometimento cognitivo e funcional a longo prazo do que a gravidade da doença inicial de COVID-19. 

Realizado em nove países latino-americanos, o estudo mostrou que os participantes experimentaram uma mudança de vida considerada positiva durante a pandemia, como passar mais tempo de qualidade com amigos e familiares, reduziu o impacto negativo da pandemia na memória e nas habilidades de pensamento. 

Alimentos ultraprocessados ​​e declínio cognitivo

Mesa repleta de salgadinhos e alimentos industrializados

Imagem: Canva

Apresentada na AAIC 2022, uma pesquisa descobriu que pessoas que comem grandes quantidades de alimentos ultraprocessados ​​têm um declínio mais rápido na cognição. Os pesquisadores estudaram 10.775 pessoas ao longo de oito anos e descobriram que o alto consumo (mais de 20% da ingestão diária) de alimentos ultraprocessados ​​levou a um declínio 28% mais rápido nos escores cognitivos globais, incluindo memória, fluência verbal e função executiva. 

São denominados ultraprocessados ​​todos os alimentos que passam por sucessivos processos industriais e contêm grandes quantidades de gorduras, açúcar, sal, aromas/corantes artificiais, estabilizantes e/ou conservantes. Exemplos incluem refrigerantes, cereais matinais, pão branco, batatas fritas e alimentos “lixo” congelados.

Status socioeconômico baixo, risco de demência e declínio da memória

Pessoa pobre estendendo as mãos para pedir comida

Imagem: Canva

Indivíduos que experimentam alta privação socioeconômica — mensurada pela renda/riqueza, taxas de desemprego, propriedades e superlotação familiar — são significativamente mais propensos a desenvolver demência em comparação com indivíduos de melhor status socioeconômico, mesmo com alto risco genético.

É o que mostra uma pesquisa, cujos resultados revelaram que as comunidades negra e latina são as mais afetadas, especialmente os moradores de bairros com maior dificuldade de acessar ou pagar por necessidades básicas, e apresentaram pontuações mais baixas em testes cognitivos entre indivíduos.

Em comparação com os trabalhadores que ganham salários mais altos, os que recebem salários mais baixos experimentaram um declínio de memória significativamente mais rápido na velhice. O status socioeconômico parental mais alto foi associado ao aumento da resiliência aos efeitos negativos do marcador de Alzheimer, o ptau-181, melhor função executiva inicial e declínio cognitivo mais lento na idade avançada.

Alzheimer’s & Dementia

Capa da revista Alzheimers and Dementia

Imagem: Wiley

Alguns destes estudos citados acima e apresentados na AAIC 2022 já estão disponíveis no Alzheimer’s & Dementia, uma das publicações mensais da Wiley especializadas na Doença de Alzheimer, demência e demais condições neurológicas associadas às doenças. O objetivo do periódico é preencher as lacunas de conhecimento nesta temática publicando as últimas descobertas nas mais diversas áreas: bioquímica, genética, biologia molecular, farmacologia, fisiologia, química de proteínas, neurologia, neuropatologia, psiquiatria, geriatria, neuropsicologia, entre outras.

A revista oficial da Alzheimer’s Association International Conference (AAIC) contém revisões abrangentes, artigos de pesquisa e informações sobre ensaios clínicos com perspectivas aprofundadas e comentários de pares abertos. Além disso, você encontra artigos teóricos e/ou translacionais que abrangem o conhecimento nas mais variadas disciplinas, resumos de trabalhos apresentados em reuniões internacionais e resultados negativos, principalmente ensaios clínicos, como comunicações curtas.

Se você se interessou pelas pesquisas citadas e pelo periódico Alzheimer’s & Dementia e considera incorporá-lo nos seus estudos ou na sua instituição, contate-nos pelo info@dotlib.com ou preencha o formulário clicando aqui. Para mais dicas como essas, siga-nos nas redes sociais e acompanhe o nosso blog.

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