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Redistribuição da água do solo fez com que o planeta se inclinasse em quase 80 centímetros para o leste em 17 anos (imagem: iStock). Redistribuição da água do solo fez com que o planeta se inclinasse em quase 80 centímetros para o leste em 17 anos (imagem: iStock).
Wiley: extração maciça de água subterrânea por humanos alterou eixo de rotação da Terra
  • Notícia
  • Ciências Exatas e da Terra
  • 22/06/2023
  • Água, DotLib, Geofísica, Planeta Terra, Wiley

A extração excessiva de água subterrânea realizada por humanos alterou o eixo de rotação do planeta Terra em quase 80 centímetros para o leste entre 1993 e 2010. É o que sugere um estudo publicado na Geophysical Research Letters, um periódico da editora Wiley especializado em Ciências da Terra e do Espaço. Os cientistas se basearam em modelos climáticos, cuja estimativa de bombeamento foi de 2.150 gigatoneladas de água subterrânea. Uma vez que essa água acaba retornando ao oceano, a extração e redistribuição dessa água equivale a mais de 6 milímetros de aumento do nível do mar.

Para validar esses dados, os pesquisadores usaram como referência o polo rotacional da Terra, ou seja, o ponto em torno do qual o planeta gira, e o movimento polar, que é quando a posição do polo rotacional do planeta varia em relação à crosta terrestre. Primeiro, eles consideraram apenas as camadas de gelo e geleiras, e depois adicionaram diferentes cenários de redistribuição das águas subterrâneas. Segundo Ki-Weon Seo, geofísico da Universidade Nacional de Seul (Coreia do Sul) e um dos autores do estudo, o polo rotacional sofre alterações que podem ser causadas por mudanças nos mares e até no movimento do manto.

No entanto, a redistribuição dessa água — cuja maior parte da água foi parar na América do Norte e na Índia — fez com que a distribuição de massa da Terra sofresse alterações de modo a causar uma leve inclinação do polo rotacional. “Observar as mudanças no polo rotacional da Terra é útil para entender as variações de armazenamento de água em escala continental”, explicou Seo. Ele também disse que os dados de movimento polar estão disponíveis desde o final do século 19, o que permite entender as variações de armazenamento de água continental no último século e se houve alguma mudança no regime hidrológico resultante do aquecimento climático.

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