Dot.lib

Um estudo liderado por cientistas dos Estados Unidos, Espanha e Portugal revelou a presença de um micróbio unicelular que tem desempenhando um papel vital na capacidade de corais sobreviverem ao estresse térmico: trata-se do Syndiniales, grupo de protistas unicelulares parasitas ainda pouco estudados. Publicada no periódico Environmental Microbiology (Wiley), a descoberta é fundamental, especialmente para corais sem zooxantelas, algas simbióticas expelidas durante o branqueamento causado pelo aumento da temperatura da água.

Os pesquisadores se concentraram em analisar amostras de corais do Mediterrâneo, especialmente o coral mole da espécie Paramuricea clavata, mais conhecida como “chicote do mar”, que já está ameaçada de extinção. Eles amplificaram e sequenciaram dois tipos de rRNA para observar as bactérias e protistas encontrados no microbioma antes de submetê-los a um estresse térmico natural no laboratório para examinar sinais de mortalidade. Os autores do estudo descobriram que enquanto os Syndiniales são mais comuns em corais que sobrevivem ao estresse térmico, os Corallicolídeos — um grupo de protistas intimamente relacionados ao parasita que causa a malária em humanos — é mais comum em corais que morrem pelo aquecimento do oceano.

Os pesquisadores destacam que entender a diversidade de micróbios no microbioma dos corais é crucial para priorizar a conservação e intervenções em corais enfrentando eventos cada vez mais frequentes de estresse térmico devido às mudanças climáticas. Javier del Campo, professor da Universidade de Miami e principal autor da pesquisa, enfatiza a importância de estudar não apenas as bactérias, mas também os protistas unicelulares — como o Syndiniales — salientando que “o microbioma é um componente vital da saúde do hospedeiro coral”. De acordo com o pesquisador, a análise desses microrganismos “pode fornecer informações aos profissionais de conservação sobre quais corais devem priorizar para intervenção”.

Para ler o artigo completo, clique aqui.