Entre as substâncias com potencial hepatotóxico mais consumidas estão a cúrcuma, o chá verde e a ashwagandha (imagem: Canva).
JAMA: casos de lesões hepáticas por uso de suplementos naturais têm preocupado especialistas
O uso de suplementos dietéticos e de ervas está cada vez mais associado a casos de lesões hepáticas graves, de acordo com um novo estudo baseado em dados da National Health and Nutrition Examination Survey, nos Estados Unidos. Publicada no JAMA Network Open, a pesquisa revelou que 15,6 milhões de adultos nos EUA relataram consumir um dos seis botânicos potencialmente hepatotóxicos. Entre os mais consumidos estão cúrcuma, seguido por chá verde, ashwagandha, Garcinia cambogia, arroz vermelho fermentado e cohosh negro.
No geral, os usuários desses suplementos têm idade média de 47 anos, alto nível educacional e maior propensão a ter artrite, se comparados com os que não consomem esse tipo de produto. A crescente popularidade desses botânicos levanta preocupações sobre a falta de regulamentação e testes de segurança, uma vez que muitos deles são vendidos sem necessidade de prescrição ou supervisão regulatória rigorosa. A Drug Induced Liver Injury Network observou um aumento significativo nos casos de lesões hepáticas induzidas por medicamentos e suplementos naturais — especialmente os que têm açafrão e extrato de chá verde em sua composição.
O estudo destaca que o consumo de suplementos potencialmente tóxicos está no mesmo nível que o de medicamentos prescritos conhecidos por seus efeitos hepatotóxicos, como sinvastatina e anti-inflamatórios não esteroides. Especialistas alertam que a ausência de ensaios clínicos antes da comercialização desses produtos dificulta a avaliação de sua segurança. A falta de regulação sobre esses suplementos gerou algumas limitações apontadas pelos pesquisadores, como a discrepância entre a composição descrita no rótulo e a real, bem como a falta de dados em outras faixas etárias.
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