Crop Science: o que é e seu papel na segurança alimentar
Acredita-se que a agricultura tenha surgido no período neolítico, há mais de 12 mil anos. Desde então, a humanidade vem desenvolvendo técnicas de cultivo dos mais variados tipos, em diferentes lugares e condições ambientais. Ao aprimorar essas práticas, a população mundial conseguiu sobreviver, e chegar a 8 bilhões de pessoas.
Além disso, as pessoas puderam se dedicar a outras atividades e ocupações fundamentais na formação de sociedades e nações. Mas com o aumento populacional e o desgaste das terras, a demanda por alimento se tornou um desafio.
A criação de máquinas durante a Revolução Industrial, no século XVIII, mecanizou as práticas agrícolas, tornando possível a produção em larga escala. A invenção de equipamentos, ferramentas e técnicas que tornavam o cultivo e a manutenção das plantações menos trabalhosos foi só o começo.
Após a invenção da impressão, os dados agrícolas passaram a serem registrados por escrito e se tornaram a base para o estudo científico. Uma vez submetidos aos experimentos científicos, esses dados se tornaram informações fundamentais para a modernização da Agricultura. Assim, o que existia com a finalidade de subsistência humana, passou a ser uma área fértil para os negócios e para a Ciência.
O que é Crop Science
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A Crop Science, ou Ciência da Colheita, é um ramo das Ciências Agrárias dedicado aos estudos dos cultivos de sementes, plantas e grãos empregados na alimentação humana e animal. As pesquisas científicas giram em torno da estrutura química e biológica do solo e dos vegetais e em como a genética pode otimizar os plantios e seu respectivo tratamento, armazenamento e transporte.
A área conta com agricultores, agrônomos, biólogos, engenheiros, geólogos, médicos veterinários, químicos e outros especialistas. A Ciência de Dados também é fundamental para a área: recursos como a CAB Abstracts, a mais abrangente base de dados com cobertura nas Ciências da Terra, Exatas e Biológicas, são diferenciais para os pesquisadores que se dedicam ao desenvolvimento e aprimoramento da Crop Science.
O que é (in)segurança alimentar
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A “segurança alimentar” surgiu durante a Primeira Guerra Mundial, quando uma das estratégias de dominação passou a incluir a tomada e o controle da cadeia de suprimento alimentar do território inimigo, especialmente quando o país não tinha recursos suficientes para o cultivo de sua base de alimentos. Com isso, ficou claro que a alimentação fazia parte da segurança e soberania nacionais.
Durante a Conferência Mundial da Alimentação realizada em 1996 pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), na Itália, a “segurança alimentar” foi definida como “o acesso físico, social e econômico permanente a alimentos seguros, nutritivos e em quantidade suficiente para satisfazer suas necessidades nutricionais e preferências alimentares”.
Além das guerras, a insegurança alimentar pode surgir em outros contextos negativos. Um estudo sobre insegurança alimentar publicado na FAO mostrou que 55,2% das famílias no Brasil estavam sem alimentação adequada durante a pandemia de COVID-19; destas, 9% não tinham qualquer acesso a alimentação e passavam fome.
Outro fator são as mudanças climáticas que, por sua vez, são resultado de atividades humanas poluentes como a queima de combustíveis fósseis. O clima instável e o aumento da temperatura global têm causado danos ambientais e modificado a cadeia alimentar da fauna local. Com isso, as pestes se proliferaram e passaram a atacar plantios com frequência, causando perdas de mais de US$ 1,4 trilhão por ano a economia mundial.
Crop Science como aliada
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A Ciência aplicada à Agricultura formulou um conjunto de princípios, técnicas, normas, e recomendações, que ficou conhecido como Boas Práticas Agrícolas (ou BPAs). Por elas, é possível ter alta produtividade e rendimento, evitando o desperdício de alimentos e combatendo a fome preservando o meio-ambiente.
Entre outros pontos, as BPAs consistem em:
1) Plantio direto: é um sistema que melhora as características químicas, físicas e biológicas do solo e ajudam na sua recuperação.
2) Cultivo protegido: sistema no qual se pode controlar e padronizar a temperatura, a umidade, a irrigação e a nutrição do plantio para obter alta produtividade sem a necessidade do uso de controle químico e risco de contaminar o alimento e o solo.
3) Manejo integrado de pragas e doenças: atualmente, existem formas baseadas em evidências científicas de realizar o manejo de pragas sem comprometer o meio-ambiente, que incluem a modificação genética de sementes para que se tornem resistentes, a rotação de culturas e o controle biológico.
Tecnologias como o Pest Risk Information Service (PRISE) — um sistema de avaliações de risco com base em dados ambientais e modelos sobre ciclos de vida de pragas — também são grandes aliadas dos agricultores de todo o mundo. Em 2021, a tecnologia aumentou em 109% a produção de milho e reduziu os danos causados por lagartas em 70% na África.
Sobre o CABI
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O CABI é um centro de desenvolvimento e informação com base científica sem fins lucrativos que auxilia os agricultores de todo o mundo a produzir mais e a melhorar o rendimento das culturas, com foco nos desafios da segurança alimentar e na proteção do meio ambiente.
O banco de dados do CABI é um dos mais completos em Ciências Agrárias e cobre os seguintes temas: agricultura, meio-ambiente, ciências veterinárias, economia aplicada, ciência dos alimentos, nutrição, lazer e turismo.
Para saber mais sobre o portfólio do CABI para a sua instituição, entre em contato conosco pelo e-mail info@dotlib.com ou preencha o formulário clicando aqui.
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