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Conheça a espécie fúngica que transforma seu hospedeiro em zumbi e saiba se a ficção pode se tornar realidade (imagem: iStock). Conheça a espécie fúngica que transforma seu hospedeiro em zumbi e saiba se a ficção pode se tornar realidade (imagem: iStock).
Cordyceps: conheça o fungo “zumbi” da série The Last of Us
  • Artigo
  • Ciências Biológicas
  • 10/02/2023
  • Biologia, Cordyceps, DotLib, Fungos, Micologia, The Company of Biologists, The Last of Us

Desde seu lançamento em 15 de janeiro de 2023 no streaming HBO Max, a série The Last of Us tem sido um sucesso de audiência e de crítica, assim como todas as outras obras que levam o nome da marca. Baseada em uma franquia bem-sucedida de jogos eletrônicos de ação e terror, a história se passa em um mundo arrasado após uma pandemia. 

Em 2023, uma infecção matou 60% da população mundial, dividindo os restantes entre saudáveis e “zumbis”. Em 2023, o traficante Joel (Pedro Pascal) é um dos poucos sobreviventes saudáveis e recebe a missão de levar a jovem Ellie (Bella Ramsey) até uma organização, já que por ser imune à infecção, o grupo pretende usá-la para achar a cura. 

Joel e Ellie da série The Last of Us

Em "The Last of Us", Joel e Ellie tentam sobreviver em um mundo tomado pelo fungo Cordyceps (imagem: reprodução/internet).

Além dos protagonistas, o fungo entra como o elemento principal da narrativa, já que ele é o causador da Infecção Cerebral do Cordyceps (CBI). A doença é transmitida por mordidas de uma pessoa contaminada em uma saudável ou pelo contato do fungo com as mucosas. O hospedeiro é atacado no cérebro e o parasita passa a controlá-lo, transformando-o em um zumbi.

Na adaptação, o problema começa em Jacarta, na Indonésia, onde alimentos contaminados causam um surto em uma fábrica e infectam alguns funcionários. Uma micologista é chamada por militares para analisar o corpo infectado de um homem morto. Assustada, a especialista conclui que o Cordyceps não só sofreu uma mutação capaz de atacar humanos, como não há cura para tal. Desse modo, ela aconselha que a cidade seja bombardeada para conter o vírus; entretanto, já é tarde demais.

Ainda que boa parte da história seja fictícia, o fungo Cordyceps realmente existe e é estudado por cientistas. No artigo desta semana, saiba mais sobre o fungo “zumbi” e se é possível que a ficção se torne realidade.

Fungo “zumbi”

Uma formiga tomada pelo fungo Ophiocordyceps unilateralis

Uma formiga tomada pelo fungo Ophiocordyceps unilateralis (imagem: iStock).

O nome Cordyceps se refere a um gênero de fungos, com cerca de 400 espécies catalogadas pela Ciência; por sua vez, pertence ao filo Ascomycota, que abrange os fungos cujo crescimento se dá em insetos, especialmente nos artrópodes (animais com esqueleto externo). 

Esses fungos também são usados no controle de pragas: por meio de seu desenvolvimento parasitário, eles controlam a população de invasores nas plantações, como os piolhos de cobra. Uma de suas principais características é que cada uma das espécies deste filo se desenvolveu para parasitar diferentes espécies de formigas e grupos de artrópodes. 

Como eles não sobrevivem a temperaturas acima dos 35ºC, não é possível que o Cordyceps use mamíferos ou mesmo os humanos como hospedeiros. No entanto, os cientistas afirmam que devem existir outras espécies que ainda não foram descobertas e estudadas.

O comportamento do Cordyceps da série foi inspirado em outro fungo: o Ophiocordyceps unilateralis, muito comum em regiões de florestas tropicais, com ocorrências no Brasil. Considerada uma das relações mais cruéis da natureza, essa espécie tem preferência por formigas Camponotus, popularmente conhecidas como formiga-de-cupim ou sarassará.

Os esporos do fungo penetram o corpo da formiga e se espalham pelo sistema circulatório até chegar no sistema nervoso central. Então, o parasita libera substâncias que tomam o controle dos músculos. Nesta primeira etapa, o hospedeiro continua com o cérebro funcional e realizando atividades instintivas.

Após a infecção, o fungo já tem o domínio de todo o sistema nervoso central da formiga, que perde o controle sobre seus próprios movimentos, tornando-se um zumbi. Depois, a situação se agrava e o inseto começa a ter dificuldades para andar, cai frequentemente, tem convulsões e outros problemas neurológicos.

Por fim, o fungo dá comando para que a formiga morra perto de sua colônia e o parasita começa a tomar todo o corpo do inseto, espalhando seus esporos e contaminando outras formigas da mesma colônia. Além disso, pode ocorrer um fenômeno no qual um parasita vira um hospedeiro para outros parasitas.

Este artigo tem informações de artigos científicos publicados nos mais renomados periódicos de Biologia Aplicada, entre os quais está a Development.

Sobre a Development

Capa do periódico Development

Capa do periódico Development (imagem: The Company of Biologists).

Publicada pela The Company of Biologists, uma organização editorial sem fins lucrativos dedicada a apoiar e inspirar a comunidade de biólogos, a Development é uma das principais revistas de pesquisa primária no campo da Biologia do Desenvolvimento. 

Desde o seu lançamento em 1953 como o Journal of Embryology and Experimental Morphology, a Development continua a publicar pesquisas sobre o desenvolvimento de plantas e animais.

A cobertura abrange tópicos como células-tronco, reprogramação nuclear, desenvolvimento evolutivo, biologia de sistemas, biologia neurológica, especificação regional, morfogênese e organogênese, e epigenética e etiologia da doença. O periódico é editado por estudiosos da área e todos os artigos estão sujeitos a rigorosa revisão por pares.

Logo da The Company of Biologists

Imagem: The Company of Biologists / Dot.Lib.

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