Cefaleia em salvas: o que é, sintomas, causas e tratamentos
A cefaleia, conhecida popularmente como dor de cabeça, é o termo técnico usado para o incômodo que se manifesta em torno dos olhos, nas laterais da cabeça, testa ou nuca, atingindo, às vezes, mais de uma área. Esses sintomas, desencadeados por diversos fatores, podem ser episódicos ou contínuos e atingir pessoas de qualquer idade — desde o nascimento à velhice. A Organização Mundial da Saúde (OMS) a classifica como a sétima doença mais incapacitante do mundo.
Estima-se que mais de 90% da população mundial sofre ou sofrerá de dor de cabeça ao longo da vida, segundo Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBC). Os dados mais recentes da 3ª edição da Classificação Internacional de Cefaleia (ICHD- 3), da International Headache Society, de 2018, descreve ainda a existência de mais 150 tipos de distúrbios de dor de cabeça catalogados, subdivididos em dois grupos principais: as primárias, e as secundárias.
As dores de cabeça primárias são mais predominantes e classificadas quando não há outra condição clínica subjacente à dor, ou seja, a própria dor de cabeça é o problema. Neste grupo, a enxaqueca (migrânea), cefaleia tensional e cefaleia em salvas são as mais comuns. Já nas secundárias, os sintomas dessas dores são decorrentes de outra patologia neurológica ou sistêmica como sinusites, meningite, aneurisma, dengue e tumor cerebral.
Entre as diversas modalidades de dores de cabeça primárias, vamos apresentar as principais características, causas e tratamentos da cefaleia em salvas (CES), considerada pela Medicina como a dor de cabeça mais intensa da espécie humana.
O que é cefaleia em salvas?
A cefaleia em salvas, categorizada como primária, é um distúrbio neurológico raro caracterizado por provocar dores intensas, unilateral, geralmente em volta do olho (dor orbital) que duram de 30 minutos a 3 horas. Entre outros sintomas principais que acompanham a dor, estão: lacrimejamento, vermelhidão nos olhos, congestão nasal e queda da pálpebra do mesmo lado da dor. Essas crises ocorrem regularmente durante um período de duas semanas a três meses (período denominado de salvas), seguido de um período livre de dor de meses a anos.
Características mais comuns
Tipo de dor: ocorre quase sempre de um lado e permanece no mesmo lado até o fim da crise (unilateral). Ao iniciar um novo ciclo de dor, raramente ocorre no lado oposto;
Intensidade da dor: a dor normalmente é descrita como tão intensa e grave, podendo ser latejante e/ou constante;
Localização da dor: a dor se localiza atrás de um olho ou na região do olho, podendo irradiar para a testa, têmpora, nariz, bochecha ou gengiva superior. Há casos também que o couro cabeludo pode ficar tenso e, assim, a pessoa apresentar pulso latejante;
Duração da dor: as crises podem durar cerca de 30 a 90 minutos e a dor de cabeça pode desaparecer e reaparecer ao longo do dia. Entre os ataques, normalmente, as pessoas não sentem dor;
Frequência de dores de cabeça: a maioria das pessoas acometidas por essa doença sofre de um a três episódios por dia durante um período de salvas. As dores ocorrem com regularidade, em geral, na mesma hora a cada dia;
Subtipos
Também existem dois tipos de cefaleia em salvas: episódica e crônica.
Episódica: ocorre com regularidade entre uma semana e um ano, seguido por um período sem dor de um mês ou mais.
Crônica: é do tipo constante durante mais de um ano, seguido por um período sem dor de cabeça que dura menos de um mês.
Causas
Imagem: Canva.
As crises de cefaleia em salvas podem estar relacionadas ao ritmo circadiano — termo designado ao período de aproximadamente 24 horas sobre o qual se baseia o ciclo biológico de quase todos os seres vivos, que é o relógio biológico. Esse tipo de cefaleia não é muito frequente como as outras dores de cabeça primárias, como a enxaqueca e as dores de cabeça do tipo tensional.
Ela é mais comum em homens entre 20 e 40 anos de idade. Porém, suas causas ainda são desconhecidas, mas alguns estudos reforçam a teoria da sua relação com uma disfunção do hipotálamo. De acordo com os especialistas, os padrões das crises, as influências do horário do dia e das estações do ano apontam que o chamado relógio biológico do corpo está envolvido.
Por isso, acredita-se que são dores decorrentes das anormalidades no hipotálamo, uma vez que nos seres humanos é onde fica localizado o relógio biológico. Além disso, essa estrutura cerebral é responsável pela regulação do corpo humano, incluindo controle da temperatura, da regulação hormonal e do sono.
Tratamentos
Ainda não há cura para a cefaleia em salvas, porém ela pode ser tratada de três maneiras, todas durante a salva. A primeira medida é prevenir novas crises, começando a tomar remédio logo nos primeiros sintomas para evitar que as dores se tornem mais intensas. A segunda é tratando a dor quando ela ocorrer, e a terceira é chamada de transição, para ajudar enquanto o tratamento preventivo ainda não está fazendo efeito. Em alguns casos pode se fazer uso de inalação de oxigênio.
Diferenças entre os principais tipos de cefaleias primárias
Enxaqueca: é caracterizada por dores de cabeça recorrentes, de moderadas a graves. Normalmente a dor afeta apenas um dos lados, é de natureza pulsátil e dura entre 2 e 72 horas. Entre os principais sintomas estão: náuseas, vômitos e sensibilidade à luz, ao som e ao odor. Sua origem é genética, sendo mais comum em mulheres.
Cefaleia tensional: é o tipo de dor leve a moderada e a mais comum na população. Ela ocorre geralmente no final do dia por cansaço ou estresse emocional, manifestando com uma pressão na cabeça toda. Não há incômodo com a luz (fotofobia), não lateja, não provoca enjoo ou vômito, nem piora com esforço físico. Ela pode passar com o uso de analgésicos comuns ou até sozinha e não tem relação com histórico genético.
Cefaleia em salvas: a dor é muito intensa de um lado do olho; no período de salvas costuma durar um ou três meses, então a dor desaparece e retorna anos depois. A dor costuma ocorrer durante uns 45 minutos, podendo se repetir, e é mais comum à noite. Durante as crises, o paciente pode ficar agitado e não é possível fazer qualquer atividade. Inicia-se no adulto jovem e é mais comum em homens. Não melhora com uso de analgésicos comuns.
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