BMJ: spray nasal de cetamina mostra eficácia no tratamento da cefaleia refratária
A cetamina administrada em spray nasal pode ser um tratamento eficaz para cefaleia crônica refratária aos analgésicos comuns. É o que sugere um estudo realizado pela Thomas Jefferson University, nos Estados Unidos, e publicado no periódico Regional Anesthesia & Pain Medicine, do British Medical Journal (BMJ). Para entender como a substância age, os pesquisadores revisaram retrospectivamente os resultados e experiências de 169 pessoas que receberam o tratamento de janeiro a fevereiro de 2020 por meio de um centro especializado em dores de cabeça. Cerca de 67% relataram cefaleia diária e quase 85% usaram mais de três tipos de medicamentos preventivos.
Os motivos mais citados para a escolha do spray nasal de cetamina foram respostas parciais a analgésicos (59%) e medicamentos preventivos (31%), histórico de benefício com a aplicação da cetamina intravenosa (22,5%) e falha na administração da lidocaína intravenosa (13%). A maioria disse que usou o spray nasal por 10 dias ao mês, em média; 49% consideraram o fármaco como muito eficaz e 39,5% como pouco eficaz. Mais de um terço (35,5%) relatou que a qualidade de vida melhorou após o medicamento e, comparado com outros remédios de alívio à dor, 43% acharam que o spray foi “muito melhor”. Efeitos colaterais foram relatados por 74% dos participantes, entre os quais fadiga e visão dupla ou embaçada foram os mais comuns.
Uma das limitações citadas pelos autores do estudo é o fato de que a maioria dos participantes usou o spray junto de outros remédios, o que dificultou a avaliação do benefício terapêutico do spray por si só. Ensaios clínicos anteriores já demonstraram que a cetamina intravenosa é eficaz para a dor de cabeça crônica. No entanto, os pesquisadores explicam que esse medicamento requer a supervisão de um especialista em dor para ajustar a dose e monitorar os efeitos colaterais. “Os médicos só devem considerar o uso de um medicamento potencialmente viciante, como a cetamina, para pacientes com deficiência significativa com enxaqueca”, aconselham.
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