Anticorpos antineuronais podem atacar tecido cerebral em infectados com SARS-CoV-2
Um estudo publicado na última segunda-feira (25) no JAMA Neurology observou que os anticorpos antineuronais podem atacar o tecido cerebral de infectados com o SARS-CoV-2. A descoberta aconteceu após os pesquisadores da Universidade da Califórnia em São Francisco (UCSF), nos Estados Unidos, examinarem três adolescentes que contraíram a COVID-19 assintomática ou leve e relataram ter pensamentos suicidas, delírios e paranoias. Os jovens foram submetidos a uma coleta de líquido cefalorraquidiano a partir de uma punção lombar.
As amostras de dois pacientes, que já possuíam histórico de depressão e/ou ansiedade de origem não especificada, mostraram indicadores de que o vírus pode ter invadido seu sistema nervoso central. Além disso, todos os pacientes demonstraram possuir anticorpos antineuronais em seu fluido cefalorraquidiano. Segundo os pesquisadores, isso sugere que o sistema imunológico está desregulado e, em vez de ter como alvo os agentes invasores, eles podem atacar equivocadamente os neurônios, o que explicaria o surgimento dos sintomas neuropsiquiátricos graves relatados pelos jovens.
Samuel Pleasure, que é coautor da pesquisa e membro do departamento de neurologia da UCSF explica que são necessários outros estudos para afirmar que a COVID-19 tem gatilho comum para doenças neuropsiquiátricas. “Atualmente, não se sabe se pacientes predispostos a doenças neuropsiquiátricas são mais propensos a desenvolver sintomas agravados após a Covid ou se a infecção pode agir como um gatilho independente”, disse o cientista.
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