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“Porque eu sou do tamanho do que vejo e não do tamanho da minha altura”, disse o escritor português Fernando Pessoa no poema “O Guardador de Rebanhos”, do livro “Poemas de Alberto Caeiro”. Ainda que a frase seja um pensamento do eu lírico que contempla a natureza apenas com seus olhos, podemos dizer que a fotografia permite, pelo viés artístico, ampliar a nossa visão de mundo e, consequentemente, o tamanho do nosso intelecto, imaginário e de tudo o que compõe o nosso ser.

Já pelo viés filosófico, o canadense Marshall McLuhan, que foi pioneiro nos estudos das transformações sociais que as tecnologias promovem na sociedade e em suas respectivas culturas, desenvolveu um conceito no qual afirmava que os meios são extensões dos sentidos dos homens, como já deixa claro no título do livro que destrincha a ideia, “Os Meios de Comunicação como Extensões do Homem”. Neste caso, os meios seriam as tecnologias que ampliariam as potências dos sentidos humanos e seus impactos no seu ambiente. Seriam então os equipamentos fotográficos uma extensão da visão humana?

Fato é que, desde o século XIX, quando as fotos como as conhecemos surgiram, até os dias atuais, a fotografia tem feito parte de nossas vidas de modo que não é mais possível viver sem elas, mas sim aperfeiçoá-las e utilizá-las das mais variadas formas à serviço da humanidade. Das fotos post mortem vitorianas às imagens espaciais, a fotografia materializa e eterniza momentos especiais ou históricos, ilustra ideias e pode ser uma fonte primária em trabalhos acadêmicos.

Mas, para além da arte e da filosofia, a fotografia tem algum papel na Ciência? A resposta é sim e, em comemoração ao Dia Mundial da Fotografia, celebrado anualmente em 19 de agosto, este artigo mostrará o potencial das fotos na pesquisa científica e alguns exemplos de sua aplicação. Leia até o fim e confira duas excelentes sugestões de ferramentas para encontrar fotos e imagens que enriquecerão seus estudos e ampliarão o seu conhecimento.

Fotos na pesquisa científica

Imagem: iStock

Além da pesquisa experimental, considerada a mais científica de todas, existem diversos outros tipos de pesquisa, sendo a documental uma das formas de se obter dados e informações relevantes por meio de fontes primárias, como as fotos. Esta modalidade de estudo pode ser quantitativa ou qualitativa, a depender do documento que será analisado; também pode ser exploratória ou informativa.

A realização da pesquisa documental é muito comum nas disciplinas das Ciências Humanas e Ciências Sociais Aplicadas, pois auxiliam na contextualização histórica, política, socioeconômica de um lugar ou uma população em um período determinado, também auxiliando no entendimento das transformações de um determinado ambiente. Os documentos avaliados e as informações obtidas por meio deles neste tipo de pesquisa também podem complementar a pesquisa bibliográfica.

O estudo “Fotografia de protesto social e história pública: ‘Ruas de quem? Nossas ruas!’”, publicado no Wiley Online Library, é um exemplo de pesquisa documental. Isso porque o estudo se dá por meio de análises de fotos de protestos de ativistas sociais em Nova York (Estados Unidos), entre as décadas de 1980 e 2000. Já no resumo, a autora destaca a fotografia de protesto social “como uma fonte importante para fazer história pública”.

Fotografia científica

Já vimos que os registros fotográficos podem ir muito além da arte de manipular luzes, sombras, ângulos, distâncias e tamanhos com as lentes. O que poucos sabem é que as fotos também podem ser registros científicos de fenômenos ou elementos que nos rodeiam em seus grandes ou pequenos detalhes, sempre revelando algo a mais do que nossos olhos conseguem alcançar.

Geralmente, esse recurso é usado nas chamadas hard sciences em disciplinas como Astronomia, Biologia, Matemática, Odontologia, Química, entre outras. De caráter didático, as fotos científicas ajudam na compreensão dos conteúdos de algumas áreas, aproximando a sociedade do conhecimento científico. A seguir, confira alguns tipos de fotografias científicas.

Astrofotografia

Imagem: iStock

Apesar de parecer moderna, essa modalidade fotográfica existe desde o século XIX, quando em 1840 foi tirada a primeira foto da Lua e, no fim do século, a tecnologia já permitia registrar imagens mais detalhadas de estrelas. A astrofotografia revolucionou a astronomia ao também possibilitar o registro de imagens de corpos cósmicos fora do alcance humano — como galáxias e nebulosas — por meio de telescópios espaciais que permitem o uso da técnica de longa exposição. Um exemplo recente de astrofotografia são as imagens capturadas pelo telescópio espacial James Webb e divulgadas pela NASA que mostram a nébula planetária NGC 3132, conhecida como Nebulosa do Anel Sul.

Macrofotografia

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É extensamente usada nas Ciências Biológicas, uma vez que esta modalidade permite identificar e analisar animais e vegetais que por serem pequenos ou estarem camuflados, são difíceis de serem encontrados em seu ambiente natural. Com a técnica do close-up e uso de lentes especiais, a macrofotografia capta imagens que registrem não só o todo de um objeto ou um ser vivo pequeno como seus detalhes, que muitas vezes passam despercebidos ou são invisíveis a olho nu, como as fibras de um tecido ou o formato dos olhos de uma mosca.

Microfotografia

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Também conhecida como micrografia ou foto microscópica, sua criação foi creditada ao neuropatologista liberiano Solomon Carter Fuller em 1900. É muito usada nas Ciências da Saúde por virologistas, bacteriologistas e nas Ciências da Saúde, como microbiologistas.

Termografia

Imagem: iStock

Como o próprio nome diz, esta é uma técnica que mostra em imagens a temperatura em diferentes partes da matéria orgânica (humanos, animais e outros seres vivos) ou inorgânica (estruturas industriais como componentes elétricos, entre outras). Essa medição não invasiva é feita a partir da intensidade da radiação infravermelha emitida pela matéria, que é proporcional a sua temperatura, e permite uma visualização comparativa da variação de temperaturas em um mesmo corpo. Sua aplicação é vasta e pode ser usada em indústrias para isolamento térmico ou detecção de vazamentos, na segurança pública na localização de pessoas, na agronomia para inspeção da umidade do solo, entre outras.

Conheça o Image Quest

Imagem: Dot.Lib / Image Quest / Britannica

Recurso que oferece acesso a mais de 3 milhões de imagens de mais de 60 das melhores coleções do mundo: Dorling Kindersley Images, Getty Images, Planet Observer e outros importantes nomes juntaram-se à Encyclopædia Britannica para fornecer a melhor e mais ampla coleção de imagens para o segmento educacional. Livre de publicidade e organizado por fontes de confiança, a plataforma fornece acesso seguro e rápido a imagens de altíssima qualidade em todos os temas e para todas as idades.

O Image Quest te proporcionará economia de tempo e credibilidade ao disponibilizar grandes imagens organizadas por assunto, com dados completos (fonte, detentor dos direitos autorais, legenda etc.) e reunidas em uma plataforma intuitiva. A ferramenta é perfeita para atividades estritamente educacionais, como planos de aulas, tarefas de casa, lousas interativas, relatórios e projetos pedagógicos, websites escolares, informativos, jornais, folhetos e boletins.

Conheça o Artstor

Imagem: Dot.Lib / Artsor / JSTOR

Em 2004, o Artstor surgiu como um poderoso recurso para pesquisa, ensino e aprendizado. Agora, o banco de imagens oficial da JSTOR possui mais de dois milhões de imagens que podem ser descobertas junto a uma gama cada vez mais diversificada de fontes primárias, relatórios de pesquisa e imagens de bibliotecas de todo o mundo. Ao combinar imagens com conhecimento essencial, você fortalecerá a profundidade e a qualidade de sua pesquisa, fará conexões inovadoras e desencadeará descobertas inesperadas.

Com o Artstor, os pesquisadores podem facilmente examinar materiais variados, como arte nativa americana do Smithsonian, tesouros do Louvre e planos arquitetônicos modernos da Universidade de Columbia. A amplitude do conteúdo das coleções oferece suporte ao estudo multidisciplinar, incluindo, arqueologia e eventos mundiais, tornando-o um recurso para toda a sua instituição.

Além de seu conteúdo licenciado, o Artstor oferece centenas de milhares de imagens de museus, bibliotecas e arquivos de livre acesso a todos. A curadoria das imagens é feita com base em fontes confiáveis ​​e são liberadas para uso em ensino e pesquisa, como instruções e folhetos em sala de aula, apresentações, trabalhos de alunos e outras atividades educacionais e acadêmicas não comerciais.

Se você se interessou pelas pesquisas e ferramentas citadas neste artigo e considera incorporá-las nos seus estudos ou na sua instituição, contate-nos pelo info@dotlib.com ou preencha o formulário clicando aqui. Para mais conteúdos como esse, siga-nos nas redes sociais, acompanhe o nosso blog e inscreva-se no canal oficial da Dot.Lib no YouTube, a Dotlib TV.