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A história por trás da vacina: caxumba
  • Artigo
  • Saúde Pública, Ciências da Saúde
  • 13/01/2021
  • BMJ Best Practice, vacina, caxumba

A pandemia do novo coronavírus trouxe uma nova realidade à população mundial com o isolamento social, medidas especiais de higiene, o uso de máscara, as novas formas de consumir e pensar. Isso desencadeou grande ansiedade por causa dessas mudanças no cotidiano e também pela espera por um imunizante eficaz que possa representar um possível ponto final da pandemia.

Atualmente, a corrida contra o tempo em todo o mundo realizada pelos laboratórios e cientistas para encontrar um tratamento seguro contra a COVID-19 fez com que o “recorde” da vacina produzida em menos tempo fosse quebrado. Recorde esse que era ostentando pela vacina contra a caxumba, conhecida também como papeira ou parotidite, produzida em quatro anos pelo Dr. Maurice Hilleman. Geralmente, a produção de uma vacina para uma doença infecciosa demora um período de 10 a 15 anos.

No segundo artigo da série “A história por trás da vacina” abordaremos o processo de criação da vacina contra a caxumba, sendo o seu desenvolvimento considerado o mais rápido da história, antes da COVID-19.

De uma origem humilde para um gênio

Maurice Hilleman foi um microbiologista norte-americano que ficou conhecido por produzir uma das mais conhecidas vacinas para doenças comumente infantis: caxumba. Nascido em 1919, em meio a pandemia de gripe espanhola, em uma família pobre na zona rural do Meio-Oeste americano. Porém, sua origem humilde não impediu que se destacasse nos estudos, o que o levou a cursar microbiologia na Universidade Estatal de Montana, se formando dentre os melhores alunos. Além disso, ganhou uma bolsa de estudos na Universidade de Chicago, onde obteve o título de doutorado em microbiologia. 

Apesar de tantas conquistas ao longo da sua trajetória profissional, o Dr. Hilleman desistiu da promissora carreira acadêmica para trabalhar no exército norte americano e na indústria farmacêutica, onde iniciou as pesquisas com vacinas e rapidamente ganhou fama como um gênio da microbiologia.

Desenvolvimento da vacina

Durante a década de 1960 sua filha, Jeryl Lynn, adoeceu e Hilleman não teve dúvidas, coletou o material para pesquisar o que ela tinha. Um esfregaço da garganta da menina demonstrou que era caxumba, uma doença que pode apresentar diferentes complicações de acordo com a cepa contraída. 

O doutor não perdeu tempo e aproveitou para colocar em prática uma nova técnica que acabara de produzir a vacina contra a poliomielite e o sarampo: o cultivo de formas atenuadas de um vírus vivo em embriões de galinha. As cepas do vírus da caxumba foram desenvolvidas em culturas de células embrionárias de galinha. Assim, as cepas de vírus resultantes do experimento eram menos compatíveis com células humanas e, portanto, produziam uma resposta imune suficiente sem causar uma infecção. 

Os resultados foram promissores e em tempo recorde, apenas 4 anos, uma vacina segura e eficaz contra a doença estava disponível no mercado. Em homenagem a sua filha, a cepa de caxumba foi batizada de “Jeryl Lynn”.

Legado

O imunizante produzido contra a caxumba foi associado às vacinas para combater o sarampo e a rubéola e, até hoje, consta no programa de vacinação de crianças e adolescentes na maioria dos países. O Dr. Hilleman desenvolveu ainda cerca de 40 vacinas e das 14 vacinas normalmente inoculadas em crianças, 9 são de sua autoria. Além disso, utiliza-se ainda para produção das vacinas contra caxumba, a mesma técnica desenvolvida por ele.

Novo recorde

O desenvolvimento das vacinas contra COVID-19, algumas já sendo aplicadas na população, superou esse antigo recorde ao ser aprovada para uso - ainda que em caráter emergencial - em praticamente um ano. Não foram poucos os esforços para que isso fosse possível, já que as pesquisas e a documentação precisavam “correr juntas” para que tivéssemos formas eficientes de parar a pandemia.

BMJ Best Practice 

Para consultar informações baseadas em evidência de forma rápida e precisa sobre caxumba e várias outras doenças e condições acesse BMJ Best Practice. A ferramenta on-line é focada em prover suporte à decisão a partir de uma abordagem totalmente voltada para a consulta do paciente, cobrindo diagnóstico, tratamento, gestão e prevenção. O recurso é disponibilizado pela BMJ, editora parceira da Dot.Lib, a mesma do British Medical Journal, onde você encontra conteúdo científico de ponta.

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