Tendências de saúde digital em 2021 - Parte 1
Sean Ahrens, fundador e CEO da Chronology, na How My Healthcare Experience Inspired My Company em 2013
A tecnologia tornou-se uma grande aliada no campo da medicina e a pandemia de COVID-19 tem evidenciado cada dia mais a importância da digitação no setor. Por isso, a área de saúde digital está em constante transformação e adaptação para oferecer um serviço de atendimento, prognóstico, diagnóstico e tratamento mais eficiente.
Em uma revisão bibliográfica publicada no periódico Cadernos Ibero-Americanos de Direito Sanitário (CIADS), os pesquisadores Akeni Lobo Coelho, Indyara de Araujo Morais e Weverton Vieira da Silva Rosa abordaram a importância das novas tecnologias para a saúde no enfrentamento da crise do novo coronavírus. A seguir, você vai conferir 3 tendências projetadas para a saúde digital que dominarão o mundo em 2021. Veja quais são elas:
1 - Telemedicina
A telemedicina tornou-se uma opção de atendimento neste período de pandemia de COVID-19. (Fonte: iStock)
Com as restrições ao atendimento em hospitais ou consultórios para evitar uma maior exposição ao novo coronavírus, a prática da telemedicina aumentou de forma significativa durante a pandemia. Ou seja, os profissionais de saúde visualizaram o atendimento virtual como uma alternativa mais segura para ser adotada neste período.
Na prática, esta modalidade tem mostrado que as consultas remotas – principalmente em casos mais leves da doença – não são apenas possíveis, mas também fáceis e muitas vezes preferíveis pelos pacientes. Além das consultas virtuais, diversos especialistas já informaram ter observado um aumento do uso de dispositivos médicos em casa, como monitorar o tratamento de pacientes com câncer com o uso de sensores. Dessa forma, evitando a necessidade do profissional de comparecer aos hospitais ou clínicas médicas.
Telemedicina no Brasil
No Brasil, em caráter de excepcionalidade, o Conselho Federal de Medicina autorizou em março de 2020 (Ofício 1756/2020) o uso da modalidade para o enfrentamento da COVID-19 em três categorias: teleorientação, telemonitoramento e tele interconsulta. Com essa decisão, a organização reconheceu que a telemedicina como importante aliado para combater a propagação do vírus e manter o sistema de saúde funcionando da forma mais segura para todos.
Cada vez mais diversas especialidades estão se adaptando ao uso dessa ferramenta e muitos planos de saúde têm oferecido essa opção para os seus pacientes, o que comprova que o atendimento remoto é possível.
Segundo a pesquisa da 3ª edição da Nota Técnica – Observatório da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), divulgada em outubro de 2020, 75% dos hospitais privados entrevistados utilizam ferramentas da telemedicina ou telessaúde e 58,3% disseram possuir serviços próprios de telemedicina. Embora exista ainda um amplo debate sobre a predominância e regulamentação do serviço após o período de pandemia, porém já é realidade e a tendência seja mais uma prática alternativa que dominará a área da saúde.
2 - Realidade Virtual
Pesquisa revela que o mercado global de realidade virtual digital de saúde deve atingir $ 2.383,68 milhões até 2026. (Fonte: iStock)
A realidade virtual (RV) trata-se da criação de um ambiente virtual simulado, gerado por computador, para fornecer experiência sensorial da vida real à pessoa. Através de recursos virtuais que possibilitam a imersão dos indivíduos em um ambiente diferente daquele em que elas estão na realidade. Além disso, a pessoa é capaz de manipular objetos virtuais e realizar uma série de atividades.
O uso da realidade virtual na medicina é um dos temas de grande debate na área diante dos benefícios que a tecnologia pode oferecer para tratamentos aos pacientes. Sendo ainda das inovações na atualidade no âmbito da saúde para ser implementada em consultórios ou clínicas. Atualmente, a tecnologia vem sendo utilizada no tratamento de dor crônica, ansiedade e transtorno de estresse pós-traumático.
De acordo com o relatório “RV no mercado de saúde por produto, tecnologia e usuário final: análise de oportunidade global e previsão do setor, 2019-2026”, o mercado global de RV digital de saúde está projetado para atingir $ 2.383,68 milhões até 2026, devido ao seu potencial de eliminar a necessidade do uso de determinados fármacos ou procedimentos cirúrgicos invasivos complexos. Assim, economizando tempo e custo.
3 - Portais digitais nacionais de saúde e Big Data
Diversos países têm trabalhando para criar registros digitais de saúde mais abrangentes e acessíveis. (Fonte: iStock)
Big Data é uma área de conhecimento que procura fazer análises e interpretar grandes volumes de dados, e a tecnologia tem auxiliado para a produção de informações não estruturadas a uma velocidade enorme. No entanto, analisar e transformar em dados úteis pode ser um desafio para tomar decisões mais precisas na resolução de um problema.
Na saúde, são inúmeras as possibilidades da utilização do Big Data. Por exemplo, a substituição dos prontuários manuais de papel pelos prontuários eletrônicos. Com o uso desta ferramenta todos os dados do paciente ficam armazenados em um único sistema e basta dar entrada em qualquer hospital para que o profissional tenha acesso a todos os dados do paciente.
Autoridades de diversos países também têm buscado de forma gradativa o desenvolvimento de registros digitais de saúde mais abrangentes e acessíveis. Um país que avançou bastante neste quesito é a Suécia. O governo desta nação ofereceu a todos os cidadãos e residentes um número de identificação pessoal, conhecido como Swedish PIN ou PIN Sueco, que é usado para toda a documentação de saúde.
Com a implementação desse serviço, os pesquisadores que têm acesso a esses portais digitais de saúde podem analisar de maneira mais criteriosa esses dados para oferecer um suporte médico com mais qualidade. Durante o auge da pandemia de COVID-19 no país, foi criado um registro de Tratamento Intensivo para coletar dados de casos da doença que levaram o paciente para as unidades de terapia intensiva suecas.
Para os especialistas, obter o acesso a um sistema unificado de registros de pacientes pode trazer grandes benefícios, incluindo uma menor taxa de erros de medicação, a facilitação de cuidados preventivos e uma equipe mais precisa. Esse sistema contribui também para que todas as prescrições e despachos sejam realizados de forma eletrônica, o que facilita o monitoramento do estoque de medicamentos em tempo real.
Confira na próxima semana a segunda parte deste artigo com mais tendências na área.
Fonte: The Next Web (TNW)
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