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Segurança e eficácia de medicamentos naturais
  • Artigo
  • Ciências da Saúde
  • 03/02/2021
  • Ginkgo, medicamentos naturais, chá verde, alho

Que atire a primeira pedra quem afirmar que nunca utilizou um remédio natural na vida. 

Seja colocar mel na ferida ou evitar inflamações com alho, pelo menos uma receita de avó deve fazer parte da vida de cada pessoa. E esse conhecimento é ancestral; nas comunidades indígenas, o saber fitoterápico acompanha o povo desde o princípio e, unindo-se ao conhecimento medicinal africano e europeu, modelou o que hoje temos como sabedoria popular no nosso país acerca das plantas medicinais, suas terapias e aplicações.

Em meio a dúvidas, desconfianças, crenças inabaláveis e uso indiscriminado de medicamentos naturais, pessoas buscam cada vez mais por essas formas de tratamento. Segundo a Associação Brasileira das Empresas do Setor Fitoterápico, Suplemento Alimentar e de Promoção da Saúde (Abifisa), o setor da fitoterapia tem crescimento continuado com aumento registrado de 10% ao ano. Não à toa, uma vez que, como uma atividade que pelo que se sabe hoje data de mais de sessenta mil anos, a fitoterapia tem um papel importante, ainda mais em tempos de enfoque social na responsabilidade ambiental.

A fitoterapia estuda as plantas medicinais a fim de utilizá-las no tratamento e na prevenção de doenças e de complicações. As plantas utilizadas não são apenas aquelas cujas folhas são a única parte útil; também são aproveitados na fitoterapia os cipós e as cascas de árvore, tratando desde machucados simples até os níveis de colesterol, sem parar por aí.

No entanto, muitas pessoas utilizam os chamados “remédios naturais” com a ideia de que não há contraindicações ou efeitos colaterais, ignorando o fato de que, como com qualquer tratamento, as terapias naturais necessitam de acompanhamento profissional. 

Nosso parceiro, Therapeutic Research Center, trata deste tema com sua base Natural Medicines, cujo conteúdo compõe informações confiáveis e relevantes levantadas continuamente por especialistas, utilizando literatura científica publicada no mundo todo. Entende-se que alguns remédios naturais são usados devido a crenças tradicionais ou folclóricas, sendo por vezes, inclusive, objeto de alegações de marketing excessivas ou extrapolações obtidas de testes de laboratório e em animais. 

Abaixo, descrevemos os efeitos de uso de algumas plantas medicinais, apoiados por evidências científicas e retirados da base de dados do Natural Medicines.


Ginkgo


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Propriedades e usos

Conhecida também pelo seu nome científico, Ginkgo biloba, é uma grande árvore nativa da Ásia temperada. É a última espécie remanescente da família Ginkgoaceae; uma gimnosperma que habitou a Terra na Era Mesozóica. Segundo o Natural Medicines, há uma série de usos populares relacionados a Ginkgo biloba, como os direcionados a/ao: redução de sintomas de ansiedade, melhora dos sintomas de demência (incluindo a doença de Alzheimer e demência vascular e mista), alívio dos sintomas físicos e psicológicos da TPM, melhora da memória e atenção nos idosos, tratamento da rinite alérgica e da asma, redução da toxicidade da pele associada ao tratamento radioativo do câncer de mama, melhora das capacidades cognitivas nos pacientes com esclerose múltipla, dentre muitos outros usos. 

• Segurança e eficácia

O Natural Medicines traz muitas informações sobre segurança e eficácia da Ginkgo biloba, todas estreitamente relacionadas aos extratos obtidos, à dosagem utilizada, ao tempo de uso e ao público de cada tratamento. Em linhas gerais, quando utilizado oral e apropriadamente, o extrato da folha da planta é classificado como provavelmente seguro, uma vez que existe um alto nível de evidências clínicas confiáveis que atestam seu uso seguro quando apropriado.

Já o uso tópico não tem segurança clara, podendo ocorrer reações alérgicas graves em alguns casos. O uso oral da semente e da planta em seu estado bruto, por sua vez, pode desencadear efeitos adversos graves e deve ser evitado. O uso da Ginkgo deve ser acompanhado, uma vez que possui interação com medicamentos. A planta é comumente adulterada com ingredientes que podem reduzir sua eficácia. 

Vale acrescentar que há uma extensa gama de informações sobre diversos usos, interações medicamentosas, toxicidade, dosagens e efeitos adversos que não caberiam neste artigo.

Garlic (Alho)


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Propriedades e usos

Essa é uma planta bem conhecida por todos os brasileiros: o alho. A espécie tratada aqui, Allium sativum, tem sido usada para fins comerciais, culinários, míticos e medicinais através da história, servindo, inclusive, como prevenção a gangrena durante as duas grandes guerras. Dentre os diversos usos populares do alho citados pelo Natural Medicines, estão principalmente os de via oral e tópica.

Oralmente, as pessoas o utilizam para tratar hiper e hipotensão, distúrbios lipídicos induzidos por drogas para HIV, rinite alérgica, artrite, gripe e gripe suína, e para prevenir alguns tipos de câncer, não parando por aí. Topicamente, o óleo de alho é usado para alopecia areata, mucosite oral, candidíase orofaríngea e vaginal, além de outras complicações. O alho também pode ser utilizado por via intravaginal para tratamento de desordens dessa região. Além disso, pode ser um componente de sabor em alimentos e em bebidas – mas disto sabemos muito bem. 

• Segurança e eficácia

Há muitas informações no Natural Medicines a respeito da segurança e da eficácia do alho. Em linhas gerais, ele é entendido como provavelmente seguro e recomendável quando em uso apropriado, principalmente oral. Há algumas evidências para uso em diabetes, aterosclerose, hiperlipidemia e hipertensão, embora qualquer benefício seja provavelmente modesto.

Não há evidências fortes para apoiar os usos para resfriado, câncer e outras condições, ainda que sejam comuns. Deve ser utilizado com cautela se há chances de hemorragia, uma vez que aumenta o risco de sangramentos. Não há evidências que suportem o uso do alho para a COVID-19. 


Camellia sinensis e o chá verde


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Propriedades e usos

Há um motivo para já termos entregado logo de cara o nome científico dessa planta: ela dá origem a diversos chás, incluindo o famoso chá verde. É dele que vamos falar. Diferente da fermentação das folhas da Camellia sinensis, que dá origem aos chás preto e oolong, o chá verde é obtido a partir do cozimento dessas folhas, que logo em seguida são secas. Popularmente, esse chá é utilizado de diversas formas e para várias finalidades nem sempre validadas pela comunidade científica.

Oralmente, o chá é utilizado para o desempenho cognitivo, distúrbios estomacais, vômitos, diarreia, dores de cabeça, depressão, câncer de mama, entre outros usos. Topicamente, utiliza-se o chá em sacos como cataplasma para as bolsas sob os olhos, como compressa para dor de cabeça ou olhos cansados e para estancar o sangramento das cavidades dos dentes.

Outro uso tópico comum e popular do chá verde é para prevenir danos à pele e câncer relacionados à radiação ultravioleta e outras causas ambientais. Além disso, o chá verde também pode ser popularmente usado como pedilúvio (escalda-pés), em gargarejos como prevenção de resfriados e gripes, e como enxaguante bucal para alívio da dor pós extração-dentária.

• Segurança e eficácia

O Natural Medicines tem diversas definições sobre a segurança e eficácia do uso do chá verde, incluindo as relacionadas à cafeína encontrada na planta. Em geral, é provavelmente seguro consumir até oito xícaras de chá verde por dia. No entanto, quantidades altas são possivelmente inseguras, mesmo que de bebidas e comidas que contenham o chá.

O uso oral apropriado do extrato de chá verde é possivelmente seguro, mas ainda carece de informações suficientemente confiáveis para que seja recomendado em todos os casos. Para que não haja grandes riscos de hepatotoxicidade, o extrato deve ser consumido com alimentos.

A cafeína deve ser considerada, uma vez que é um estimulante. Quanto à eficácia, o chá verde tem uma ampla gama de usos, com diferentes classificações baseadas nos estudos atualizados que contemplam o Natural Medicines. O único uso que a base informa ser possível de ser recomendado é em pomadas específicas para o tratamento de verrugas genitais. A Food and Drug Administration (FDA) dos EUA aprovou uma alegação de saúde qualificada para uso na prevenção do câncer de próstata e de mama.



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