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Quarentena: a origem e sua importância como medida de contenção de doenças
  • Artigo
  • Ciências da Saúde
  • 03/07/2020
  • Coronavirus, Quarentena, COVID19

O aparecimento do novo coronavírus, em dezembro de 2019, se fez necessária a adoção de diversas medidas para conter o avanço do patógeno. Dados da Universidade Johns Hopiks mostram que o mundo ultrapassou 10 milhões de casos confirmados de COVID-19 e mais de 521 mil pessoas já morreram pela doença.

Enquanto pesquisadores continuam na corrida para encontrar um tratamento eficaz e seguro no combate à doença, os protocolos de prevenção continuam em desenvolvimento. Os termos como isolamento, quarentena ou distanciamento social têm sido discutidos frequentemente por autoridades governamentais e de saúde, neste período de pandemia.

No entanto, qual é a melhor medida a ser adotada? A quarentena é uma medida eficaz durante as ameaças biológicas? Diante desse contexto, descubra a origem do termo quarentena e a importância dessa medida de contenção para combater crises na saúde pública. Além disso, entenda a diferença entre isolamento, quarentena e distanciamento social. 

Quando surgiu o termo quarentena?


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O termo quarentena, do italiano quarentena, nasceu na Europa no século XIV quando o continente estava sendo atingido pela peste negra, ou peste bubônica. Essa doença devastou cidades e regiões inteiras com uma alta taxa de letalidade, dizimando cerca de um terço da população europeia. Diante desse cenário, foram adotadas medidas para conter sua transmissão.  

Em Ragusa (atual Dubrovnik, na Croácia), que pertencia à República de Veneza no século XIII, servia como um porto avançado de Veneza no Mediterrâneo. Durante a pandemia da peste bubônica, as autoridades decidiram que os navios deveriam ficar ancorados em alto mar no período de 30 dias antes de atracar no porto e desembarcar seus passageiros.

Cerca de um século depois o senado de Veneza modificou a quantidade de dias para o cenário de epidemias, passando de 30 dias para “quaranta giorni” (quarenta dias, em italiano), surgindo assim o termo quarentena.

Hoje, após estudos realizados acerca da peste bubônica, já se sabe que o período de incubação da doença dura 37 dias. No entanto, a estimativa desse período não era conhecida naquele contexto, tornando assim uma feliz coincidência que evitou um alastramento ainda maior da doença.

Com o aparecimento do novo coronavírus, em dezembro de 2019, se fez necessária a adoção da quarentena como medida de contenção ao vírus. Neste post, nosso objetivo de trazer benefícios e informações acerca da quarentena, separamos as principais informações a seu respeito. 

O que é quarentena e em quais situações ela é necessária?


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Atualmente, o termo quarentena se refere a um contexto diferente de “quarenta dias”, como era conhecido. Esse processo pode variar na sua quantidade de dias, sem exceder o máximo de dias do período de incubação da doença que esteja sendo isolada.

A quarentena pode ser definida como um conjunto de procedimentos e práticas que visam evitar que uma doença infecciosa e transmissível se espalhe em uma determinada população ou região. Desta forma, são isolados indivíduos sadios e sem sintomas, mas que estão sob suspeita, durante o período de incubação da doença.

No caso de não identificação da doença após o período, o indivíduo é liberado da quarentena. No entanto, se durante este período forem identificados sintomas, eles são retirados da quarentena e colocados em isolamento.

Qual a diferença entre quarentena, isolamento e distanciamento social?


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A quarentena se diferencia do isolamento porque um precede o outro. O isolamento é um recurso utilizado quando o indivíduo, após ser colocado em  quarentena, é identificado com os sintomas da doença. Isso significa que ocorreu a contaminação pelo agente infeccioso.

Nesse caso, é necessário colocá-lo longe do convívio social e em local completamente isolado.  Além disso, o contato deve ser apenas com equipe médica preparada para que a doença não se espalhe. Embora tenham diferenciações entre si, quarentena e isolamento são utilizados para evitar ou conter surtos epidêmicos.

Por conta do tempo de incubação de cada doença e sua transmissão nesse período, muitas vezes a estratégia de isolamento só faz sentido se houver um alto risco de contágio, como é o caso de doenças que possuem facilidade de disseminação.

Existe ainda mais uma tentativa de conter a propagação do vírus. O chamado distanciamento social é uma redução no contato social, em situações em que o indivíduo não está em isolamento nem quarentena. No entanto, corre o risco de ter o vírus, sem que esteja apresentando sintomas. São os chamados assintomáticos ou oligossintomáticos. 

Essa medida deve ser empregada em caráter imprescindível em situações e lugares que já apresentem transmissão comunitária. Isso ocorre quando existe um elo de transmissão entre 5 ou mais indivíduos que foram passando de um para o outro, ou quando há pelo menos um caso documentado onde não seja possível estabelecer um elo de transmissão. Portanto, existe naquele ambiente um fluxo de vírus que pode acometer qualquer um dos indivíduos ali presentes.

Casos recentes de pandemias com a medida de quarentena


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Os últimos casos registrados que necessitaram da intervenção de uma quarentena foram: a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS),  em 2003, e a atual pandemia de COVID-19, causada por uma nova cepa do coronavírus (SARS-CoV-2).

Ambos os casos se iniciaram na China, causando pânico entre a população local e requisitando esforços internacionais para conter a disseminação da doença. Com isso, fez-se necessária a adoção da quarentena e medidas de controle infectológico. 

Foi através de procedimentos comuns, como: impedir embarque e desembarque de passageiro com sintomas, pessoas que tiveram contato com infectados ou estiveram em locais de contaminação, colocar em reclusão domiciliar os doentes e/ou pessoas próximas e exigências de exames, que ajudaram a combater o surto da doença em 2003. 

Atualmente, a história se repete. Embora a pandemia não tenha chegado ao fim e não existam medicamentos 100% eficazes ou vacina contra o novo coronavírus, os países que adotaram medidas de distanciamento social e/ou determinaram quarentena apresentam números de mortes mais baixos do que aqueles que não decretaram esse protocolo.  

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