
Neurotransmissores: disfunções e doenças - parte 1
São inúmeras as reações no corpo que ocorrem sem que sejam notadas. No entanto, elas são responsáveis por balancear o bem-estar, o humor, a disposição e até a felicidade. Este importante papel — que garante o perfeito funcionamento do organismo — é desempenhado pelos neurotransmissores.
Para explicar como essas substâncias atuam no organismo, a Dot.Lib preparou esse conteúdo. A seguir, saiba como a disfunção dos neurotransmissores pode afetar os indivíduos e de que forma se relacionam com as principais doenças do sistema nervoso central. Confira.
Neurotransmissores: o que são?
Os neurotransmissores são moléculas que têm a função de realizar a sinalização química existente entre os neurônios. Partindo desse princípio, para que uma substância possa ser considerada um neurotransmissor, existem alguns critérios que devem ser preenchidos. São eles:
- Estar, necessariamente, presente no terminal pré-sináptico;
- Ter sua liberação realizada durante a despolarização do terminal;
- Apresentar receptores específicos espalhados nos terminais pós-sinápticos.
Há mais de 100 substâncias identificadas como potenciais neurotransmissores, que podem preencher total ou parcialmente. Essas substâncias podem ser divididas em três categorias principais. Entre elas:
- Moléculas pequenas;
- Peptídeos;
- Transmissores gasosos.
No caso das moléculas pequenas, a categoria ainda pode ser dividida em subgrupos que contemplam a acetilcolina, os aminoácidos e aminas biogênicas e purinas. Os três primeiros grupos são chamados de neurotransmissores clássicos.
Podemos dividir ainda mais o grupo de neurotransmissores de acordo com a sua função no neurônio após a sinapse.
- Neurotransmissores excitatórios: são caracterizados pela capacidade de gerar potenciais pós-sinápticos excitatórios. Entre eles estão a acetilcolina, o glutamato e a histamina;
- Neurotransmissores inibitórios: são capazes de gerar potenciais pós-sinápticos inibitórios e, consequentemente, uma hiperpolarização de membrana, como ocorre com o ácido gama-aminobutírico (GABA) e a glicina.
Além dos já citados, existe a classe dos neuromoduladores, que são responsáveis por causar tanto a inibição quanto a excitação, dependendo do receptor ao qual se conectam. É o caso da dopamina, serotonina e noradrenalina.
Existem, ainda, os neuro-hormônios, uma classe de neurotransmissores que são, em geral, produzidos e secretados pelas partes de conexão entre o sistema nervoso e o sistema endócrino, como o hipotálamo e hipófise; é o caso da ocitocina.
Adrenalina
Imagem: Canva.
Também conhecida como epinefrina, a adrenalina é o neurotransmissor produzido em situações de alto estresse e que ativa comportamentos de fuga ou luta. Liberada pelas glândulas suprarrenais, sua ação estimula a frequência cardíaca, fazendo com que os vasos sanguíneos se contraiam e as vias aéreas fiquem dilatadas. Esse processo facilita a passagem de oxigênio para os pulmões e do fluxo sanguíneo para os músculos. Altos índices de adrenalina no organismo geram um aumento na força física e intensificam nossa resposta de sobrevivência e estado de alerta.
Acetilcolina
A acetilcolina é um neurotransmissor excitatório essencial para o aprendizado, responsável por transmitir impulsos aos músculos e desempenhar um papel fundamental nos processos cognitivos, como pensamento, atenção e memória. A deficiência dessa substância no organismo está frequentemente associada a distúrbios neurodegenerativos, incluindo déficits de memória e doenças como a Doença de Alzheimer.
Dopamina
Imagem: Canva.
A dopamina é responsável pela motivação e pela sensação de prazer, impulsionando-nos a alcançar nossos objetivos. Sua produção ocorre em situações que geram uma sensação de recompensa, o que leva as pessoas a buscá-la repetidamente em diversas atividades, sejam elas naturais, como alimentação e sexo, ou artificiais, como o uso de drogas.
Além de promover felicidade e bem-estar, a dopamina desempenha um papel crucial no equilíbrio neuroquímico do organismo. Alterações em seus níveis podem estar associadas a doenças como a Doença de Parkinson, caracterizado por sua deficiência, e a esquizofrenia, associada ao seu excesso.
Endorfina
A endorfina é um poderoso anestésico natural, responsável por reduzir a dor e promover uma sensação de bem-estar e plenitude, como a experimentada após exercícios físicos, atividades sexuais, excitação e dor. Sua liberação está associada ao aumento da disposição, confiança e felicidade.
Alguns alimentos, como chocolate, comidas apimentadas e outras opções apetitosas, podem estimular sua produção, assim como o orgasmo. Além de seu papel fundamental na modulação da dor e do prazer, a endorfina é um recurso valioso no tratamento de condições como depressão e ansiedade, especialmente por meio da prática regular de atividades físicas.
Gaba
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O ácido gama-aminobutírico — mais conhecido como Gaba — é o principal inibidor do sistema nervoso central. Esse neurotransmissor em quase todo o cérebro e, de forma geral, evita que os neurônios fiquem muito estimulados, controlando-os para não gastar toda a energia disponível. Ele traz as sensações de relaxamento, tranquilidade, calma e sono, reduzindo a ansiedade. Ainda, essa molécula também está relacionada a um maior controle motor e da visão.
Quando os níveis do Gaba estão elevados, o foco mental e o relaxamento são melhorados. Em contrapartida, quando os níveis se mostram baixos, pode desencadear ansiedade e maior propensão à epilepsia. Isso porque, geralmente, os medicamentos usados para tratar a doença comumente intensificam os níveis de Gaba no organismo.
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