GeoScienceWorld: estudo prevê fechamento do Oceano Atlântico em escala geológica
Um artigo publicado em fevereiro no Geology — um periódico da GeoScienceWorld — sugere que a vasta extensão do Oceano Atlântico entre as Américas e a Europa pode estar prestes a fechar-se dentro de um período geológico relativamente próximo. De acordo com os pesquisadores da Universidade de Lisboa, esse processo está previsto para iniciar em cerca de 20 milhões de anos, à medida que a atividade tectônica se desloca do Mediterrâneo para o Atlântico, formando um “anel de fogo atlântico”. Este fenômeno é parte do chamado Ciclo de Wilson, no qual os oceanos nascem e se fecham devido ao movimento das placas tectônicas.
Esse processo levou à desagregação do supercontinente Pangeia há 180 milhões de anos, formando o Atlântico e comprimindo o antigo Oceano Tétis, agora o Mediterrâneo. Para que o Atlântico se feche, novas zonas de subducção precisam se formar, onde uma placa tectônica é forçada por baixo da outra, resultando em intensa atividade geológica como terremotos e erupções vulcânicas. O artigo destaca que a zona de subducção atualmente existente sob o Estreito de Gibraltar pode se mover para o Atlântico, contribuindo para a formação desse anel de fogo.
“Nosso trabalho sugere que uma pequena zona de subducção agora abaixo do Arco de Gibraltar está adormecida, mas irá espalhar-se no Atlântico nos próximos 20 milhões de anos”, explicou João Duarte, coautor do estudo. Os cientistas concluíram que esse movimento tectônico invasivo pode ser uma forma comum de oceanos como o Atlântico começarem a fechar, tendo um impacto significativo na evolução geológica do nosso planeta. Segundo Duarte, “o Atlântico poderá fechar dentro de cerca de 200 milhões de anos, que é aproximadamente o tempo que levou para abrir”, destacando a complexidade e a magnitude desse processo tectônico.
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